São Paulo, terça-feira, 27 de setembro de 1994
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Amorim critica na ONU o isolamento imposto a Cuba

DANIELA ROCHA
DE NOVA YORK

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, criticou ontem a política de isolamento a Cuba no discurso de abertura da Assembléia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas).
Amorim disse que "o isolamento político, econômico e comercial somente contribui para aumentar o sofrimento do povo cubano". Defendeu uma política de "mão estendida e de diálogo".
O ministro afirmou em seu discurso que o Brasil já está credenciado para se tronar um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.
Hoje, apenas cinco países têm lugar permanente no conselho: EUA, França, China, Inglaterra e Rússia. Outros dez países participam em sistema rotativo.
"A integração do Brasil como membro permanente pode acontecer dentro de um ou dois anos, se houver consenso dos países da comunidade internacional", afirmou o ministro.
Ele ressaltou que o crescimento econômico, a estabilidade da nova moeda e a consolidação da democracia e da ética que o país viveria no momento aumentariam a voz do Brasil junto à ONU.
"O Brasil é um país em desenvolvimento que não tem conflitos há 120 anos, é um caso único."
O ministro ressaltou a postura do governo brasileiro frente à questão do Haiti: "Nossa atitude foi buscar a solução pacífica através do diálogo, não só para o Haiti, como também nas questões de Cuba, Angola e Moçambique".
Como prioridade, o ministro propôs à comunidade internacional a formação de uma conferência para o desenvolvimento.
O encontro reuniria os diversos aspectos do desenvolvimento, como tecnologia, investimentos, comércio e meio ambiente.

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Sobre a ONU na pg. 2-10.

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