São Paulo, terça-feira, 27 de setembro de 1994 |
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D. Paulo se encontra com FHC e não revela voto
EMANUEL NERI
"Nenhum de vocês pode dizer em quem eu vou votar porque vocês não sabem", disse d. Paulo. No início da campanha, a Folha publicou reportagem revelando que ele ia votar em FHC. O cardeal disse ser amigo de vários candidatos. "O Lula é meu amigo há 16 anos", afirmou. O candidato petista deve se reunir com d. Paulo ainda esta semana. Indagado sobre o candidato que tem mais possibilidades de ter seu voto, o cardeal afirmou ser "aquele que melhor conhece o povo e mais sintoniza com esta doutrina que a gente vem defendendo". Para d. Paulo, partidos como o PT e o PSDB se identificam com a doutrina de "justiça social" da Igreja. Mas o cardeal-arcebispo evitou criticar a aliança entre o PSDB e o PFL. "Não faço crítica sobre aliança porque é uma questão tática", afirmou. "Alianças se fazem em todos os partidos. Depois, é que se verá quem vai colaborar", disse. D. Paulo disse acreditar que, depois da eleição, FHC e Lula "vão se reencontrar pelo menos na hora de constituírem os governos". "Quem vencer há de precisar do outro", declarou. "Eles vão se encontrar porque têm a mesma faixa de interesse popular." D. Paulo disse que não conversou com FHC sobre sua reaproximação com Lula. Também negou que pretenda intermediar um encontro entre os dois. "Mas eles (FHC e Lula) devem se encontrar no futuro. Certamente dirão isso depois da eleição", disse d. Paulo. D. Paulo afirmou que conversou com FHC sobre justiça social e a desigualdade "escandalosa" que existe na sociedade brasileira. (EN) Texto Anterior: Síndrome da reta final Próximo Texto: Jornal inglês traz texto sobre Globo Índice |
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