São Paulo, terça-feira, 27 de setembro de 1994
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Superataque é a surpresa de brasileiras no Mundial

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

Uma nova jogada de ataque será uma das principais armas da seleção brasileira feminina de vôlei no Campeonato Mundial da categoria, no Brasil.
A surpresa vem sendo preparada pelo técnico Bernardo Rezende, o Bernardinho, nos treinos do time, onde a presença de "observadores" de outras seleções é vetada.
O Brasil estréia na competição no dia 21 de outubro, contra a Romênia, em Belo Horizonte. Os outros adversários da primeira fase são a Alemanha e a Coréia.
A "jogada secreta" é a única com ataque da jogadora que está no lado esquerdo, na parte de trás da quadra.
As outras jogadas com ataque de quem está no fundo da quadra são pelo centro da rede ou pelo lado direito. No vôlei, a diferença é enorme.
Cada time só tem três jogadoras na linha próxima à rede. Só estas podem bloquear as cortadas adversárias junto à rede.
Ocorre o mesmo com a equipe que ataca. Só podem saltar próximo à rede as três jogadoras próxima a ela.
Mas há uma quarta atacante se uma jogadora salta de trás para cortar.
O ataque com quatro jogadoras –em vez das habituais três –foi a principal inovação introduzida por Bernardinho na equipe desde março, quando a assumiu.
Só que, até agora, quem atacava do fundo era só a jogadora que ficava entre o centro e a direita no fundo da quadra. Agora, ele treina a surpresa.
As jogadoras escaladas para a função são Ana Mozer e Hilma. Ana atinge a altura de 3,09 m ao tocar na bola em ataque. Hilma, 3,12 m.
No ataque-surpresa, a jogadora de trás ataca pela extrema esquerda. Na hipótese de haver três atacantes na linha da frente, o esquema é assim:
A do lado direito ataca por ali. A do lado esquerdo, corre para saltar no centro. A que está no centro, pula um pouco para a esquerda.
Resultado: quatro jogadoras saltam para atacar, mas a equipe que defende só tem três jogadoras para marcá-las.
"Ocupando todos os espaços da rede, dificultamos muito o jogo para o adversário", afirma Bernardinho.
"Se eu não tivesse a atacante do fundo, só ocuparia 60% da extensão da rede, facilitando a defesa delas."
"Agora, os adversários têm que se preocupar com toda a rede e nós temos mais opções."
Um dos trunfos da seleção masculina de vôlei foi uma mudança semelhante introduzida pelo técnico José Roberto Guimarães.
Ele fez com que o time, que habitualmente atacava com quatro jogadores, passasse a atacar com cinco, confundindo os adversários.

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