São Paulo, terça-feira, 27 de setembro de 1994
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Sandra Cinto expõe céus de cores gritantes

DA REDAÇÃO

Exposição: Sandra Cinto
Onde: Casa Triângulo (r. Bento Freitas, 33, tel. 220-5910)
Horário: de segunda a sexta, das 11h às 19h; sábado, das 11 às 15h
Quando: de hoje a 17 de outubro
Preços: De US$ 500 a US$ 2.000

A artista plástica paulista Sandra Cinto, 26, mostra a partir de hoje na Casa Triângulo seu mais novo trabalho: uma exposição que traz pinturas e caixas formatadas em madeira.
Sua intenção é tentar colocar em discussão o que há de mais universal e íntimo, o resultante desse choque –ou mistura– nas artes visuais nesse final de século.
Trabalhando com óleo sobre tela, a artista procura explorar temas como o desejo, a sedução e o prazer. Sempre relacionados diretamente com o seu contrário.
Ou seja, para Sandra Cinto, a idéia do belo não possuiu uma correspondência direta com o bem. Há sempre culpa se relacionando com o desejo. Algo que ela persegue diretamente através de suas obras.
No seu trabalho, essas idéias se traduzem pelo uso extremo de cores fortes, gritantes. Suas telas são banhadas de intencionalidade, mas não através do figurativo. Nem tampouco pelo que o senso comum entende como abstrato.
Sua comunicação se estabelece através de seu céu alaranjado, o risco "naif" de uma nuvem (mas que permite sempre uma segunda leitura; o céu de Sandra não é um espaço exterior, amplo, mas sim algo que se fecha). Sempre, em príncípio, através da cor.
Cores que podem transformar o observador em uma espécie de vítima do trabalho de Sandra, quando visto através de suas "caixas". O que se cria é um jogo de atração e repulsa, a intenção original de seu trabalho.
O olhar é obrigado a perseguir, se mover em direção ao que está guardado, em repouso. Mas que, a qualquer momento, pode se lançar em direção àquele que assiste. Uma caixa que se abre diante dos olhos.
Uma espécie de jogo infantil em que tudo que pode haver de mais atraente é aquilo que pode guardar também um grande perigo. Sempre o objeto e o desejo.

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