São Paulo, quarta-feira, 28 de setembro de 1994
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Combustível só cai após eleição, diz Ciro

CARLOS ALBERTO DE SOUZA; JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

e JOSÉ MASCHIO
O ministro da Fazenda, Ciro Gomes, disse ontem em Porto Alegre (RS) que a eventual redução do preços dos combustíveis não será anunciada antes do dia 3 de outubro, data do primeiro turno da eleição presidencial.
Segundo ele, o governo decidiu só anunciar a eventual redução depois do dia 3 para que a medida não seja "confundida" com uma jogada eleitoral. O ministro disse que os estudos estão sendo concluídos e que haverá a redução mesmo que seja modesta.
Para Ciro, a redução é "importante simbolicamente" para o governo. Ele não quis fixar uma data para o anúncio da redução caso haja segundo turno nas eleições.
Ciro lançou um "apelo" aos consumidores brasileiros. "Não sejam otários e não sancionem uma compra, um absurdo criminoso, que é a imposição de ágio. Basta que os brasileiros passem uma semana sem comprar qualquer destes produtos com ágio, especialmente carros populares, para que o mercado se normalize e a gente comece a assistir o oposto, ou seja, descontos etc. Não se deixem explorar", pediu o ministro.
Em Foz do Iguaçu, Ciro foi vaiado por caminhoneiros na Estação Aduaneira (fronteira com o Paraguai).
O ministro visitou ontem pela manhã a Receita Federal em Foz. Ao chegar à estação, foi vaiado por caminhoneiros que esperavam na fila para ter suas cargas inspecionadas.
Mais de 350 caminhões esperavam pela liberação das suas cargas. A fila de caminhões era de mais de dois quilômetros.
A vaia levou a comitiva a não parar na estação. Na aduana da ponte da Amizade, na divisa com o Paraguai, Ciro foi aplaudido por sacoleiros. Ele reagiu com humor. Disse que deviam "ser sacoleiros do Ceará".
Ciro afirmou ter assinado portaria criando uma comissão mista entre administradores da Receita e representantes do funcionalismo para estudar melhorias na Receita Federal, que será responsável, segundo Ciro, por elaborar um plano para melhorar a arrecadação da Receita, criar infra-estrutura nas regiões de fronteira e "valorizar o corpo de servidores".
A situação dos bancos estaduais opôs o ministro da Fazenda ao govenador do Rio Grande do Sul Alceu Collares (PDT).
Em entrevista coletiva na Fiergs (Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul), Ciro disse que na semana passada o Banrisul (banco do Estado) teve "um problema conjuntural de fechamento" e precisou ser socorrido pelo Banco Central.
Mais tarde, durante palestra do ministro a empresários na entidade, Collares tomou a palavra para dizer que "nunca" pediu "um pila" (dinheiro) para o Banrisul.
Depois da reunião com os calçadistas, em Novo Hamburgo, Ciro anunciou a retirada da cobrança do PIS e do Cofins para o setor. Segundo ele, a medida representa redução de 2,64% no custo dos fabricantes.
Ciro encabeça uma lista de 12 pessoas designadas pelo presidente Itamar Franco para representar o Brasil na reunião anual do FMI (Fundo Monetário Internacional).
Ciro participa neste final de semana, na Espanha, da reunião do Fundo Monetário Internacional.

Colaborou a Sucursal de Brasília

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