São Paulo, quarta-feira, 28 de setembro de 1994 |
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Diretor planejou invadir Casa de Detenção
DANIEL CASTRO
Jesus afirmou que quase invadiu o pavilhão para resgatar os 11 reféns em poder dos presos. Os detentos possuíam 12 estiletes feitos com latas de lixo e janelas. A invasão seria feita inicialmente pelos guardas da Casa de Detenção. Se fosse necessário, a Polícia Militar poderia ser convocada para controlar a situação. "Achamos que o melhor canal foi a negociação com os presos", disse Jesus. Mas ele admite que só não sufocou o motim porque "as condições eram desfavoráveis". Os amotinados estavam divididos em pequenos grupos, espalhados em várias salas do pavilhão. "Se estivessem em um mesmo local, facilitaria uma intervenção" O motim começou por volta das 13h, quando o detento Jackson Aparecido Pereira rendeu o guarda que o escoltava ao departamento médico. Com um estilete improvisado, Pereira obrigou o funcionário a abrir 16 celas e soltarr seus 20 presos O motim durou até as 17h30 de anteontem, quando terminaram as negociações. À noite, 17 deles foram transferidos para Avaré, Araraquara e Pirajuí, no interior do Estado. Ontem, a situação na Casa de Detenção estava normal. O diretor de vigilância do pavilhão 4, Tito Rodrigues Coutinho, 50, disse que não sentiu medo ao ser feito refém pelos amotinados. "Se você demonstrar medo, eles deitam e rolam", disse. O diretor atribuiu sua frieza à experiência em presídios. Ele trabalha há 23 anos no sistema penitenciário. "Foi a primeira vez que me pegaram como refém.", afirmou. Texto Anterior: Higienópolis se une para enfrentar shopping Próximo Texto: Jovens são acusados de sequestrar casal Índice |
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