São Paulo, quinta-feira, 29 de setembro de 1994 |
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Acusação de FHC não procede
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA As críticas de FHC ao PT e ao PDT, apontando-os como culpados por um atraso na implantação do Plano Real, não procedem.Desde que editou a MP (Medida Provisória) que criou a URV, em 28 de fevereiro deste ano, o governo se mobilizou para protelar ao máximo as votações do Congresso. Sempre interessou ao governo e à equipe econômica –à época comandada pelo ex-ministro FHC– adiar as votações. Assim, conseguiam manter a segunda fase do plano –a criação da URV– inalterada, garantindo a implantação do real dentro do tempo previsto. Para conseguir adiar as votações, o governo esvaziava as sessões da Comissão Especial do Congresso, criada para analisar a MP. Assim, a MP teria de ser obrigatoriamente votada no plenário do Congresso. O governo chegou a se utilizar da oposição de partidos como o PT, o PDT e o PPR. Também se valeu das insatisfações da bancada ruralista para conseguir impedir a votação da MP. A medida só foi votada em meados do mês de maio, após o governo prometer privilégios à bancada ruralista, que até hoje não se cumpriram. O governo utiliza a mesma manobra na tramitação da MP do Real, que, até hoje, não foi votada. Com as sucessivas reedições, a equipe econômica mantém inalterado o texto das medidas provisórias, que entram em vigor tão logo são assinadas pelo presidente Itamar Franco. FHC ficou dez meses no Minsitério da Fazenda –de maio de 1993 a março deste ano. O lançamento do real coincidiu com o calendário eleitoral. A nova moeda entrou em vigor no último dia 1º de julho, quando FHC já estava em plena campanha eleitoral. A entrevista de FHC a correspondentes estrangeiros demorou quase duas horas. O candidato demonstrava contrariedade com as perguntas. Usou expressões como "é mentira" e "não é verdade" muitas vezes. Colaborou a Reportagem Local Texto Anterior: Menores cercam FHC e levam R$ 5 de banqueiro Próximo Texto: Brizola denuncia "golpe da moeda" Índice |
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