São Paulo, quinta-feira, 29 de setembro de 1994
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Covas privilegia produtos da cesta básica

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

Se eleito governador de São Paulo, o candidato do PSDB, Mário Covas, não financiará integralmente a produção agrícola do médio e grande produtor, nem favorecerá, por esse mecanismo, culturas que não entrem na cesta básica.
É este um dos tópicos da brochura de 47 páginas, editada pelo PSDB sob o título "Um governo para São Paulo", e que foi baseada no trabalho dos 29 grupos setoriais reunidos por aquele partido.
O programa diz que Covas limitará o crédito de custeio às culturas da cesta básica e em benefício de mini e pequenos agricultores.
O texto não menciona projetos de privatização de empresas públicas, mas deixa a alternativa implicitamente em aberto ao afirmar que a dívida do Estado para com as empreiteiras será "securitizada com a emissão de títulos".
A securitização é um mecanismo que permite aos credores o recebimento de papéis que teriam preferência de uso em eventuais leilões de privatização.
Covas promete descentralizar a administração com a responsabilização dos patamares hierárquicos inferiores e criar uma Auditoria Geral do Estado, que analisará a produtividade do governo.
Propõe ainda, para a gestão de programas específicos, entidades a serem integradas pelo Estado, municípios, entidades comunitárias e iniciativa privada.
Um dos capítulos mais detalhados do programa é o da Justiça, que prevê a criação de "Centros de Integração da Cidadania" nas periferias das grandes cidades.
Seriam prédios que centralizariam instalações do Judiciário (tribunais ordinários e de pequenas causas) e mais a assistência judiciária gratuita pela qual o Estado é um dos responsáveis.

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