São Paulo, quinta-feira, 29 de setembro de 1994
Texto Anterior | Índice

Sarney despreza vaga no ministério e quer a presidência do Senado

TALES FARIA e GABRIELA WOLTHERS

TALES FARIA; GABRIELA WOLTHERS; LÚCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-presidente José Sarney vê como uma intriga, para incompatibilizá-lo com o ex-governador da Bahia Antônio Carlos Magalhães, os boatos de que pretende comandar o Ministério das Relações Exteriores no eventual governo de Fernando Henrique Cardoso.
"Isto é uma piada", reagiu ontem às notícias de que teria sido convidado por FHC para comandar a pasta. "Quem foi presidente jamais seria ministro. Tenho muito zelo por minha biografia", disse.
Em conversas reservadas, ele tem afirmado que estão querendo atritá-lo com ACM porque avalia que o ex-governador da Bahia torce por outro nome para o comando do Itamaraty: o embaixador do Brasil em Washington, Paulo Tarso Flecha de Lima.
Sarney reafirmou que quer presidir o Senado para comandar "o necessário processo de reforma da Constituição". O presidente do Senado também preside o Congresso. Segundo o Regimento Interno do Senado, o presidente da Casa é indicado pelo partido que tiver mais senadores.
ACM, candidato a senador pelo PFL, é aliado de Sarney. No PFL, o nome de Sarney sofre resistências do candidato a vice de FHC, Marco Maciel, e do presidente do partido, Jorge Bornhausen.
E o PSDB teme que, presidindo o Senado, Sarney e o PFL –que deve eleger o filho de ACM, Luís Eduardo Magalhães, presidente da Câmara– tentem tutelar FHC.
Ontem, o ex-presidente obteve uma vitória. O líder do governo no Senado, Pedro Simon (PMDB-RS), anunciou que não vai concorrer a presidente da Casa.

Texto Anterior: Tucano diz que gastou apenas R$ 20 milhões
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.