São Paulo, quinta-feira, 29 de setembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ritmos étnicos ganham novas casas

LUÍS EDUARDO LEAL
DA REPORTAGEM LOCAL

Os ritmos africanos e caribenhos ganham força nas pistas paulistanas com a inauguração de duas casas noturnas, o Blen Blen Club e A Casa –esta no antigo espaço do Balafon, na avenida Angélica.
Os sons étnicos da África e Caribe já preenchiam as noites do Soweto, do Afrobrasil e do Balafon, o novo.
O recém-inaugurado Blen Blen Club, é um espaço montado pelos integrantes da banda Heartbreakers em antigo prédio da rua Cardeal Arcoverde.
Sacundindo no no ritmo da salsa, conta com a apresentação de duas orquestras, a Som Caribe (às sextas) e a Mistura e Manda (aos sábados).
No Blen Blen, o Heartbreakers deve se apresentar com o vocalista do grupo Nouvelle Cuisine, Carlos Fernando, a partir de outubro, com repertório americano.
Além de palco, pista de dança para 700 pessoas e dois bares, o Blen Blen tem um espaço menor, o HB Club, com pequeno palco, bar, poltronas, mesas e snooker.
O HB foge um pouco o à roupagem latina do Blen Blen. "A idéia é fazer shows mais intimistas no HB", diz Guga Stroeter, sócio do Blen Blen.
O HB está agendando apresentações dos músicos cubanos Wilson Betancourt e Fernando Favena, do saxofonista George Freire e do artista plástico Aguillar.
A Casa
Na avenida Angélica 2.495 reabriu na semana passada a casa –que passa a se chamar A Casa– dos tempos pioneiros do Balafon, agora instalado na rua Sergipe.
A Casa com maiúsculas herdou a falta de sinalização na porta, a ambientação despojada e sons étnicos africanos. Tenta agora repetir o sucesso do primeiro Balafon.
A pista de dança foi unificada com o restaurante italiano Tibério, no térreo, e com um bar com mesas e varanda, no andar superior.
A Casa funciona de quinta a domingo. Às quintas, programa música negra americana, com funk, rap e hip hop. Às sextas, toca reggae e ritmos africanos.
Makossa e zouk
Nomes estranhos de ritmos como makossa e zouk são a tradução para o sucesso das casas afro.
"O nosso público é formado por universitários e pela comunidade negra da cidade", diz Mario Fernandes Biague, 35, nascido na Guiné-Bissau e dono da Afrobrasil, que tem em comum com Balafon e Soweto o repertório de músicas do Zaire, Angola, Camarões e Guiné Bissau, entre outros países africanos.
O Soweto abre espaço também para reggae jamaicano e rap americano. O Balafon promove desfiles de moda étnica e apresentações de grupos de dança e música.

Blen Blen Club - r. Cardeal Arcoverde 2.978, Pinheiros (zona oeste), tel. 815-4999; sextas e sábados, a partir das 22h, com shows de orquestras de música latina; de segunda a sábado, a partir das 21h, funciona o HB Club, com bar, mesas de snooker e pocket shows; ingressos: R$ 7,00 (Blen Blen Club) e R$ 4,00 (HB Club); estacionamento;
A Casa - av. Angélica, 2.495, Higienópolis (zona oeste), tel. 258-7316; de quinta a domingo, a partir das 22h; entre segunda e quarta abre para festas, desfiles e eventos especiais;
Afrobrasil - r. Sebastião Gil, 49 (trav. da r. Cunha Gago), Pinheiros (zona oeste), tel. 210-2635; de quarta a domingo, a partir das 20h.
Soweto -r. João Moura, 749, Pinheiros (zona oeste), de quinta a domingo, s/tel.
Balafon - r. Sergipe, 160, Higienópolis (zona oeste), tel. 259-8341; quarta a sábado, a partir das 22h30

Texto Anterior: Acaba fogo no parque da serra da Bocaina
Próximo Texto: Novidades não ficam só nos afro-caribenhos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.