São Paulo, quinta-feira, 29 de setembro de 1994
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Indústria paulista produz 9,1% a mais em agosto

ELVIRA LOBATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Indústria paulista produz 9,1% a mais em agosto
Utilização da capacidade instalada foi a maior desde novembro de 89
As indústrias paulistas atingiram, em agosto, o maior volume de produção e de utilização da capacidade das fábricas desde novembro de 1989. A informação foi divulgada ontem pela Fiesp.
Segundo Feres Abujamra, diretor do Departamento de Economia da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), as fábricas alcançaram 78,2% de sua capacidade de produção. O pico anterior, registrado no final do governo Sarney, foi de 81,3%.
No mês passado, houve um crescimento da atividade industrial de 9,1% em relação a agosto de 93 e de 6,7% em relação a julho deste ano (primeiro mês do real).
O dado mais significativo da explosão do consumo captado pela Fiesp foi o aumento real das vendas em agosto. Houve um crescimento de 16,9% em relação aos pedidos em carteira do mês anterior (julho) e de 20,8%, em comparação com os de agosto de 93.
Como as vendas antecedem o processo de fabricação, a expectativa da Fiesp é de que o nível da produção em setembro será maior.
O aumento da produção não se refletiu em maior ocupação de mão-de-obra. Ao contrário, os dados mostram que, em agosto, o número de empregados nas indústrias paulistas era 3,3% menor do que o de agosto do ano passado.
Segundo a entidade, a diminuição do nível de emprego faz parte do processo de ajuste das empresas para enfrentar a concorrência estrangeira. Em nota oficial, a Fiesp disse que esse processo pode ser acentuado com a queda das alíquotas de importação.
Os dados da Federação mostram que o crescimento industrial foi puxado, até agora, pelo setor eletroeletrônico.
As indústrias de eletrodomésticos tiveram um crescimento de 46,5% nas vendas acumuladas até o mês de julho. No setor mecânico, o crescimento foi de 26,8% e no de minerais não metálicos, de 12,5%.
Com a explosão da vendas dos bens de consumo, as indústrias de papel e papelão trabalharam com 86,9% de sua capacidade instalada, para atender à demanda por embalagens.
Este foi o segmento com maior índice de ocupação de toda a indústria. O segundo foi o de material de transporte (82%) e o terceiro, o dos produtos eletroeletrônicos (75,1%).
Segundo Abujamra, estes índices mostram que a indústria tem capacidade para atender a um crescimento adicional de consumo. As projeções da Fiesp, no entanto, são de estabilidade para os setores que já registraram explosão de consumo.
A Fiesp avalia que, a partir de agora, o crescimento será puxado pelos setores têxtil, químico e de alimentos, que até julho ainda apresentaram queda significativa de venda.
Abujamra disse que já há informações de crescimento das vendas do setor petroquímico: "O aumento do consumo de eletrodomésticos refletiu nas vendas de embalagens que, por sua vez, estão puxando as matérias-primas petroquímicas para produtos plásticos", afirmou.

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