São Paulo, quinta-feira, 29 de setembro de 1994
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R.E.M. volta às origens e faz turnê em 95

ROGÉRIO SIMÕES
DE LONDRES

A maior "guitar band" dos anos 80 está de volta. Com o lançamento mundial nesta semana de "Monster" –dedicado ao ator River Phoenix, morto em 93–, o R.E.M. retoma o estilo que o tirou do anonimato no início da década passada: o velho rock'n'roll. E os shows também estão de volta, com uma grande turnê, que passa pela Europa em 95.
Em 91, o grupo assustou muitos fãs históricos com o álbum "Out of Time", que trouxe um som mais leve, com baladas acústicas e poucas guitarras.
Para decepção desses mesmos fãs, o R.E.M. também anunciou na época o fim das grandes turnês, decisão mantida após o lançamento do disco seguinte, "Automatic for the People" (92).
Mas apesar da mudança, os dois álbuns eram excelentes e tiraram definitivamente o rótulo "underground" do grupo, que assumiu seu lugar entre as maiores bandas de rock da atualidade.
Agora, com o prestígio consolidado, o R.E.M. traz um disco que lembra "Life's Rich Pageant" (86) e "Document" (87). "Monster" chega às lojas brasileiras neste fim-de-semana.
O disco começa com "What's the Frequency, Kenneth?", cujo clipe já chegou às telas da MTV. É uma típica música pop, que poderá cansar se for muito executada pelas rádios.
"Star 69" é um rock rápido, pesado até, bem no estilo do álbum "Green" (88). Seguem a mesma linha "Crush with Eyeliner", "Bang and Blame" e "I Took Your Name".
Há espaço para duas baladas, "Strange Currencies" e "Tongue", única em que o piano é o principal instrumento.
O baterista Bill Berry teve que trabalhar mais do que nos álbuns anteriores, mas a estrela de "Monster" é mesmo o guitarrista Peter Buck. Sua guitarra, muitas vezes distorcida, é a base do álbum e ofusca em várias músicas (como "Let Me In") o próprio vocalista Michael Stipe.
Buck diz que esta nova mudança de estilo foi uma forma de se afastar de dois acontecimentos que abalaram a banda nos últimos meses: as mortes dos seus amigos Kurt Cobain, do Nirvana, e River Phoenix.

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