São Paulo, quinta-feira, 29 de setembro de 1994
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Sobreviventes passaram seis horas na água

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

"A primeira onda me jogou contra o navio e eu bati a cabeça, mas consegui agarrar um bote de borracha enquanto duas pessoas se agarravam a mim e alguém me ajudou a subir ao bote", conta Viljho Itaranta, um sueco que conseguiu se salvar do naufrágio.
Alguns dos sobreviventes passaram seis horas dentro da água gelada. Um deles, hospitalizado na Finlândia, tinha uma temperatura de 26ºC quando foi resgatado.
Einar Kukk, um marinheiro em treinamento na balsa, disse que foi acordado pelo barulho e percebeu que o barco estava adernando. "Corri para o convés, vesti um colete salva-vidas e dei coletes para outras pessoas. Daí comecei a empurrar botes para dentro da água".
Kukk conta que o bote em que saltou para a água acabou virando e três pessoas se equilibravam em cima dele. "Uma delas era um homem completamente nu de uns 50 anos", disse.
"A última coisa que vimos do Estonia foi o fundo de seu casco deslizando suavemente sob as ondas", disse Neeme Kalk, um passageiro estoniano.
O premiê eleito da Suécia, Ingvar Carlsson, disse ontem na TV que o naufrágio do barco com 522 suecos a bordo era "a pior catástrofe da história recente do país". O rei Carl Gustaf expressou sua dor pelas mortes numa inusual aparição na televisão.
O clima na Suécia era de consternação. Grupos de religiosos e psicólogos acompanhavam pessoas que se dirigiram ao porto de Estocolmo atrás de notícias.

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