São Paulo, sexta-feira, 30 de setembro de 1994 |
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Dividido, Cebrap recebe visita do candidato tucano
FERNANDO DE BARROS E SILVA; EMANUEL NERI
Ex-presidente da entidade, FHC foi recebido por cerca de 50 pessoas, entre salgadinhos, "petits fours" e sorrisos. O tucano brincou com um grupo de jovens bolsistas da entidade que vestiam camisetas pró-Lula e usavam broches do PT. "Isso faz parte da tradição democrática desta casa", disse. Uma pesquisa interna feita no Cebrap aferiu que, entre os seus 35 pesquisadores, 60% apóiam Lula e 40% FHC. A maioria dos petistas tem menos de 30 anos e entrou no instituto após a saída de FHC, em 1982. O tucano não foi buscar votos no Cebrap, que ajudou a fundar em 1969. A visita teve caráter político e afetivo. FHC foi rever amigos e procurou reforçar sua imagem de acadêmico ligado a um instituto de oposição ao regime militar. O encontro foi acertado por FHC com sua mulher, a antropóloga Ruth Cardoso, e o filósofo José Arthur Giannotti –ambos diretores do Cebrap. O atual presidente da entidade, o economista Francisco de Oliveira, não compareceu. Eleitor de Lula, Oliveira estava ontem em Curitiba (PR). A demógrafa Elza Berquó, diretora do Cebrap, foi escalada para fazer um discurso improvisado de boas-vindas a FHC. "Ao vir aqui neste momento tão importante você mostra que estará sempre ligado à questão da cultura, da ciência e do conhecimento", disse. FHC agradeceu a homenagem e aproveitou para fazer uma ironia: "Quem sabe eu não volto para cá se não ganhar as eleições", brincou. Ao comentar a presença do crítico literário Roberto Schwarz, seu amigo pessoal e eleitor de Lula, FHC disse que "política boa se faz assim, não precisa romper". A seguir declarou: "Ele foi meu aluno e permanece um grande amigo." (Fernando de Barros e Silva e Emanuel Neri) Texto Anterior: FHC também quer conversar com Lula Próximo Texto: Foi melhor do que 89 Índice |
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