São Paulo, domingo, 1 de janeiro de 1995 |
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A dúvida como método
INÁCIO ARAUJO O cinema moderno começa, oficialmente, com "Cidadão Kane". Menos pela famosa utilização da profundidade de campo, ou pelos ângulos inesperados, ou pelos planos-sequência, ou pela narrativa em "flash back". Na verdade, o que faz de "Kane" um monumento é a dimensão da dúvida. À certeza plácida do classicismo, Orson Welles substituiu a pergunta: o que é um homem? E demonstrou que conhecer este homem era impossível. Quanto mais entramos na história de Charles Foster Kane, o magnata da imprensa, mais ele nos escapa, ao mesmo tempo em que a questão suscitada –o que é o cinema?– se torna mais presente. Num dia cheio de filmes significativos, "Kane" é, de longe, o que mais conta. Os outros são decorrência. (IA)CIDADÃO KANE (Citizen Kane). EUA, 1941, 119 min. Direção: Orson Welles. Com Orson Welles, Joseph Cotten. P&B. Legendado. Na Cultura. Texto Anterior: Versão de 70 marcou ascensão da Globo Próximo Texto: Os abismos da paixão Índice |
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