São Paulo, segunda-feira, 2 de janeiro de 1995 |
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FHC teme fragilidade de base parlamentar
LUCIO VAZ ; DENISE MADUEÑO
A afirmação foi feita a um senador do PMDB: "Sem as MPs, eu me arrebento. Não governo", disse o presidente ao interlocutor. FHC acrescentou que essa estratégia pode se estender até por 90 dias, prazo que ele considera necessário para consolidar a sua base parlamentar. Somente após esse prazo, o governo terá segurança para enviar projetos de lei ao Congresso. Agilidade As medidas provisórias são mais ágeis do que os projetos de lei. O projeto exige uma tramitação demorada até a sua aprovação. Com a edição de MPs, as propostas do governo são transformadas imediatamente em lei. O presidente disse ao parlamentar que vai iniciar um trabalho intenso de contato com líderes dos partidos e integrantes das bancadas governistas. "Vou tomar café da manhã e almoçar com parlamentares", disse o FHC. A insegurança do presidente em relação à base político-partidária de apoio é consequência da ampla renovação do Congresso (55% na Câmara e 60% no Senado). No período de transição, FHC fez contatos apenas com os presidentes e integrantes das cúpulas dos partidos. Além do PSDB, PFL e PTB, que integraram a sua aliança eleitoral, conseguiu a adesão do PMDB e PP. Os primeiros 30 dias de governo serão atípicos porque estará em atividade o antigo Congresso. Além disso, é difícil conseguir quórum para projetos importantes num período de convocação extraordinária, como ocorre em janeiro. FHC criticou a proposta do ex-líder do governo Itamar Franco no Senado, Pedro Simon (PMDB-RS), de acabar com as medidas provisórias. Simon defendeu publicamente a extinção deste instrumento.' Inocêncio O presidente da Câmara, Inocêncio Oliveira (PFL-PE), disse ontem que o pacote de medidas do presidente Fernando Henrique Cardoso só será votado em fevereiro se trouxer emendas à Constituição. Segundo Inocêncio, mudanças na Constituição exigem prazos maiores para votação. Oliveira deve deixar para fevereiro a votação do projeto que anistia o senador Humberto Lucena (PMDB-PB), presidente do Congresso. Lucena foi cassado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) pelo uso indevido da gráfica do Senado. Em dezembro, o Senado aprovou anistia ao senador. "É melhor deixar essa questão para o novo Congresso resolver", afirmou Inocêncio. Os novos parlamentares assumem no dia primeiro de fevereiro. Texto Anterior: Ministério traz 'Jatenes' e outras marcas Próximo Texto: Suplentes assumem mandatos de um mês Índice |
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