São Paulo, segunda-feira, 2 de janeiro de 1995
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Convescote tucano invade o Planalto

GEORGE ALONSO
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

Os paulistas invadiram Brasília ao estilo "nós usamos black-tie". A revoada tucana, carregando longos e smokings alugados, pousou no Planalto eufórica com "a nova praia".
Chegou cobrando a mesma eficiência que está acostumada a encontrar nos melhores lugares de São Paulo, Paris e Nova York. Deu azar. Já no aeroporto sumiram bagagens.
"Caí de pau na Varig", sugeria em voz alta José Gregori, chefe de gabinete do ministro da Justiça e organizador do convescote paulistano, que chegou a Brasília em três vôos lotados vindos da Paulicéia.
Rumo aos hotéis, três dos passageiros ilustres, sem suas malas, embarcaram nos ônibus de excursão.
Entre eles estava o editor Pedro Paulo Poppovic –amigo íntimo de FHC e candidato a ocupar um cargo no governo.
Até que ele deu sorte. A mala perdida -que teria ido para Belém– não era aquela em que colocara o smoking.
"São Paulo não combina com Brasília", afirmou Luiz Fernando Furquim, ativo articulador da imagem de FHC na campanha. Ele estava inconformado com a ausência de um "concierge" no hotel St. Paul.
A fina-flor da tucanagem também foi integrada pelo pintor Luiz Artur Piza e pela mulher Clélia, há décadas radicados em Paris, que deixaram seu refúgio francês só para a posse.
O urbanista Jorge Wilheim, vindo de Nairóbi (Quênia), estava feliz com "a patota" reunida. Jorge Cunha Lima, cotado para assumir a Fundação Padre Anchieta (TV Cultura) em São Paulo, achava engraçado viver "a aventura" de um réveillon em Brasília.
Mas a capital do país não acomodou só de intelectuais tucanos –agora todos amigos próximos "do Fernando". Animados com o novo presidente, mortais paulistanos também vieram ao Planalto.
É o caso dos familiares do gerente de produção Sebastião Aparecido Pontes. Viajaram 1.100 km de carro e tiraram fotos na frente do Palácio do Planalto, diante da rampa que FHC subiu ontem.

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