São Paulo, segunda-feira, 2 de janeiro de 1995 |
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Réveillon do novo poder 'flopou'
MATINAS SUZUKI JR.
A magnética não foi para a rua ver o novo presidente naquele velho Rolls Royce. Faltou calor popular para o momento histórico. Os convidados estrangeiros não vieram. Fidel Castro, que seria a atração, fez forfait quase dentro do avião. Mandou dizer que não viria. Até o plenário do Congresso –com o palco e a platéia montados para o dia de gala– não teve todos os lugares ocupados. Todos nós aqui achamos que a chamada comunidade internacional, de agora para a frente, terá mais boa vontade com o Brasil. Mas, por favor, não mexam com o Ano Novo alheio. Nem FHC conseguiu fazer com que chefe de Estados mais ilustres viessem tomar o seu primeiro champanhe de 95 em Brasília. Ninguém ficou à vontade. O novo poder que chega à cidade, ainda um pouco sem jeito, não quis saber de esbaldar e detonar. Um pouco por medo do chefe, que não queria festança. Um pouco porque intelectual é mesmo sem graça em festança. Um pouco também para ver se forma a imagem de um novo período e de um novo estilo. O velho poder da cidade –que não esconde que gosta de festa– teve que reprimir os desejos mais impulsivos de gandaiar. Ficou tudo no vai-não-vai, no meio-a-meio, o que, em festa, quer dizer: nada. Intelectuais desajeitados no primeiro tuxedo. Coquetel de peruas, rococós, barrocas, douradas, vestidas de longo e descontrastando com o ar mais politicamente correto do emergente "estilo Ruth". Vendo FHC servir de "almôndega" para Humberto Lucena e Inocêncio Oliveira na hora da posse, dá para entender um pouco por que o réveillon micou em Brasília. Texto Anterior: Teve até hino nacional na virada do ano Próximo Texto: Ministro vai à posse com colete ortopédico Índice |
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