São Paulo, terça-feira, 3 de janeiro de 1995
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Empresa lança colhedora seletiva de café

DA REPORTAGEM LOCAL

A Pinhalense Máquinas Agrícolas está trazendo para o Brasil uma colhedora de café que derriça (derruba os grãos) seletivamente, deixando os verdes nos galhos.
O equipamento acelera o trabalho e ajuda a melhorar a produtividade, segundo Carlos Brando, 44, diretor comercial da empresa.
"A máquina permite colher até 400 pés de café em oito horas. Isto significa um aumento de produtividade de 150% por homem, em relação ao trabalho manual", diz.
Sem a mistura com grãos verdes, o produto ganha qualidade e o produtor não perde no peso.
A colheita é feita por uma haste de nylon de seis dedos, que executa entre 700 e mil vibrações por minuto, num movimento contínuo de abre e fecha.
Ao ser aproximada dos pés de café por um operador, a haste provoca a vibração dos galhos, sem danificá-los, e derruba apenas os grãos maduros.
A intensidade das vibrações pode ser ajustada de acordo com a firmeza com que os grãos estão presos ao pé.
As vibrações são geradas por um compressor de ar, que fica a uma distância de até 100 metros do ponto de colheita.
"É um equipamento que pode ser usado mesmo em terrenos íngremes e plantações com pequenos espaçamentos", diz Brando.
A colhedora adapta-se ainda a outras atividades. Basta trocar a haste por ferramentas como tesouras, motosserras ou aparadores de sebes (cercas de arbustos).
A origem da colhedora está em Bradamano, na Itália. Ela foi criada há dez anos por Livio Lendaro, dono da Agromatica, para colher azeitonas, nozes e avelãs.
Em julho de 94, foi trazida para testes no Instituto Agronômico de Campinas e em fazendas de café do sul de Minas Gerais.
Após adaptações na intensidade das vibrações e na haste, chegou-se ao modelo atual para café.
A Pinhalense acertou um contrato com a Agromatica para distribuição exclusiva da colhedora no Brasil.
"Temos uma lista de 300 pedidos, que deverá ser atendida até março", conta Brando.
Os preços variam entre R$ 8.000 e R$ 12 mil, de acordo com o modelo (duas ou quatro hastes) e os acessórios.
Brando prevê a venda de 1.500 a 2.000 hastes este ano. "Um mercado formado por 300 mil produtores de café terá condições de absorver cerca de 4.000 máquinas por ano, a partir de 96", calcula.

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