São Paulo, terça-feira, 3 de janeiro de 1995
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PMDB-PB insiste em desvincular secretaria

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A vinculação da Secretaria Especial de Políticas Regionais ao Ministério do Planejamento, do tucano José Serra, provocou uma crise com o PMDB da Paraíba. O partido quer a Secretaria vinculada à Presidência da República.
"O convite foi para o Cícero Lucena ser ministro. Agora, perdeu o nível de ministro e o vínculo com a Presidência. Não deixa de ser um desprestígio", disse ontem o governador Antônio Mariz (PB).
O rebaixamento do status de Cícero levou o PMDB da Paraíba a realizar uma reunião com o presidente nacional do partido, deputado Luiz Henrique (SC), na manhã de ontem, no escritório de representação do Estado.
Participaram Mariz, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) e o próprio Cícero. Na reunião, Luiz Henrique teria reconhecido que a Secretaria perdeu poder, segundo relato de Mariz.
No final de tarde, Luiz Henrique procurou minimizar a crise: "Não podemos ficar com estas picuinhas. O governo é uma coisa só. Vai haver uma integração".
Luiz Henrique lembrou que Cícero Lucena será também o secretário-executivo da Câmara de Políticas Regionais, criada no âmbito do Conselho de Governo e vinculada à Presidência.
"O Cícero será um secretário especial. E sua Secretaria terá uma vinculação toda especial com a Presidência", disse, procurando valorizar o cargo de Cícero.
Mariz entende que a Secretaria continua com uma área de atuação ampla, envolvendo a Sudene, a Sudam e outros órgãos importantes, mas não concorda com a subordinação ao tucano Serra.
O governador lembra que FHC prometeu, em audiência com Cícero Lucena, na semana passada, que a Secretaria de Políticas Regionais ficaria vinculada à Presidência. "Isso é o ideal", disse.
Mariz acrescentou, porém, que Cícero não tomará nenhuma atitude (como a renúncia) sem antes ouvir o partido. "O convite foi feito ao partido. Ele é muito ponderado e vai ouvir os companheiros".
A primeira perda para o PMDB aconteceu quando FHC incluiu o Dnocs (Departamento de Obras contra as Secas) e Codevasf (Companhia de Desenvol imento do Vale do São Francisco) no Ministério do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, entregue ao PFL.
Estes órgãos estavam incluídos no Ministério da Integração Regional, que deu orígem à Secretaria de Políticas Regionais. Sem os dois órgãos, porém, o pefelista Gustavo Krause não teria aceito o Ministério do Meio Ambiente.
O segundo golpe para o PMDB ocorreu quando Cícero perdeu o status de ministro. Finalmente, veio a vinculação da Secretaria ao Ministério do Planejamento.

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