São Paulo, terça-feira, 3 de janeiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Troca de títulos é prorrogada

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central prorrogou até o dia 16 deste mês a troca de títulos públicos estaduais de São Paulo e do Rio de Janeiro por títulos federais, vencida em 28 de dezembro.
Agora, deve negociar com os dois Estados a federalização das respectivas dívidas mobiliárias (com títulos). Ou seja, a troca definitiva dos títulos públicos estaduais por títulos federais.
A informação foi dada ontem pelo diretor de Política Monetária do BC, Alkimar Moura. A rolagem da dívida dos dois Estados foi um dos motivos da intervenção decretada pelo BC no Banespa e no Banerj na sexta-feira passada.
Os interventores indicados pelo BC iniciaram ontem o trabalho de levantamento dos problemas dos bancos. O diretor de Fiscalização, Edson Sabino, disse que um relatório deve estar pronto dentro de 60 dias.
O BC já conhece os problemas gerais dos dois bancos. O relatório vai mostrar detalhes das operações financeiras suspeitas de irregularidades.
Serão analisados todos os empréstimos feitos nos últimos anos, quais as garantias oferecidas e quais estão inadimplentes.
O trabalho dos interventores nos dois primeiros meses de trabalho é preparar uma radiografia do banco. Com isso, o BC pretende encontrar uma solução para o problema dos bancos estaduais, que não é exclusivo de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Uma das propostas em estudo é a privatização dos bancos estaduais. Com isso, estas instituições ficariam imunes às pressões políticas e dos governadores para facilitarem empréstimos.
O processo de reestruturação dos bancos oficiais estaduais e federais envolve o fechamento e redução de agências e a demissão de funcionários. Esta sugestão, inclusive, está sendo dada pelo BC aos governadores que já procuraram a diretoria para renegociar as dívidas estaduais.
A renegociação das dívidas dos Estados e municípios é um fator importante para consolidar o Plano Real. A federalização é considerada uma boa solução, mas ainda não é consensual. Mas só será feita com os Estados que se comprometerem a limitar a emissão de títulos e a sanear suas contas públicas.

Texto Anterior: Covas é contra vender banco
Próximo Texto: Bresser quer flexibilizar estabilidade de servidor
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.