São Paulo, terça-feira, 3 de janeiro de 1995
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Salário do funcionalismo vai atrasar

CARLOS EDUARDO ALVES

CARLOS EDUARDO ALVES; ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O salário do funcionalismo do governo paulista será pago com atraso pelo menos até março, segundo o secretário do Planejamento, André Franco Montoro Filho.
A equipe do governador Mário Covas foi informada na última quinta-feira, por dados da Secretaria da Fazenda, que não haveria dinheiro suficiente para pagar o salário integral do funcionlismo na próxima sexta-feira, como estava marcado.
O governo Covas espera pagar pelo menos a metade dos salários dos servidores na sexta-feira e quitar o restante até o final do mês.
"Não existe possibilidade de estabilizar o quadro antes de abril", afirmou Montoro Filho.
Já foram definidas algumas medidas de emergência para enfrentar a crise herdada do governo Fleury: a nova administração fará em caráter de urgência a atualização do cadastro de imóveis do Estado para vender bens para arcar com compromissos já assumidos.
"Vamos ter que desmobilizar ativos para pagar dívidas", declarou o secretário do Planejamento.
Montoro Filho anunciou "medidas cirurgicas" para enfrentar o cofre vazio. "Haverá uma frustração provisória da população, mas não há outro jeito.
Além da venda de imóveis, o governo Covas pensa em fazer um ajuste final e um enxugamento da máquina administrativa.
A cerimônia de transmissão de cargos nas secretarias de Planejamento e de Governo, que agora tem como titular Antônio Angarita, teve mais um round na guerra entre as gestões Fleury e Covas.
José Fernando da Costa Boucinhas, que acumulava as pastas da Fazenda e do Planejamento no governo Fleury, disse que "a ética e a transparência não têm donos".
Boucinhas fez a afirmação logo depois do discurso de Robson Marinho, titular da Casa Civil de Covas. Marinho insistira em sua fala que a nova administração paulista terá como meta principal a transparência de seus atos.
Decreto
O governo de São Paulo vai baixar nos próximos dias um decreto de contenção de despesas com a imposição de um teto máximo para os gastos de custeio das secretarias estaduais.
O anúncio foi feito ontem pelo novo secretário de Fazenda do Estado de São Paulo, Yoshiaki Nakano, após a solenidade de transmissão do cargo pelo ex-secretário José Fernando Boucinhas.

\<FT:"Times New Roman",SR\>Colaborou Antonio Carlos Seidl, da Reportagem Local

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