São Paulo, terça-feira, 3 de janeiro de 1995
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FHC explica a 'ditadura benigna' das MPs

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

Ontem, durante o primeiro almoço do presidente Fernando Henrique com amigos e familiares no Palácio do Alvorada, o presidente precisou explicar aos convidados estrangeiros a "ditadura benigna" de governar via medidas provisórias.
Na mesa presidencial estavam sentados, além dele, o economista Albert Hirshman, o sociólogo francês Alain Tourraine e o ex-ministro chileno Alejandro Foxley e o ex-deputado Fernando Gasparian.
FHC relatava que havia acabado de extinguir a LBA (Legião Brasileira de Assistência) e mostrava aos convidados estrangeiros o desperdício de verbas públicas nesta área social.
Surpresa
Experiente em matéria de governo, Foxley quis saber do presidente como era possível acabar assim, tão subitamente, com um órgão de governo.
FHC explicou que no Brasil havia a medida provisória –que permite, com uma penada, criar até um plano econômico, como o Real.
Neste momento, diante da surpresa dos estrangeiros, Gasparian comentou, em tom de piada: "Então é uma ditadura benigna".
Desemprego
Em seguida a conversa enveredou sobre o crescimento agrícola da região vizinha ao Distrito Federal, em Goiás. FHC explicou que, apesar disso, não havia geração de empregos –pois o desenvolvimento do setor é todo mecanizado.
A explanação serviu de "gancho" para que os estrangeiros começassem a falar sobre o problema do desemprego mundial. Não faltaram exemplos sobre os EUA e a Europa.
Além dos convidados que estavam na mesa de FHC, compareceram ao almoço amigos do presidente, como José Gregori e Fernando Pedreira, intelectuais como Boris Fausto, Eunice Durham, Leôncio Martins Rodrigues, Maria Ermínia Tavares e Jair Bernardo Lopes.

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