São Paulo, terça-feira, 3 de janeiro de 1995
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Deus e o presidente

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Pois ontem, um dia depois da posse, vitorioso, lá estava Fernando Henrique Cardoso sentado com grande destaque, ao lado da mulher e do vice, perto do altar da Catedral de Brasília, para um "culto de Ação de Graças".
Foi aquele "o primeiro ato religioso" do novo governo, segundo o registro da Globo, com imagens, do que promete ser uma longa série.
Ou, nas palavras do próprio, no Jornal Nacional:
– Ajudai-me, Senhor, a combater os privilégios, a aumentar a solidariedade entre o povo brasileiro e entre as nações do mundo.
Não, o presidente não pediu forças para ter fé.
Jantar e atrito
Começou como uma simples nota social, ou quase. O âncora Boris Casoy foi falando:
– Dentre outras pessoas, o jornalista Roberto Marinho, da Rede Globo, e a sua mulher acabaram jantando no Piantela, restaurante de Brasília. Houve reclamações gerais, quanto à organização da festa de gala, ontem no Itamaraty.
O assunto, claro, era outro. Não era o jantar:
– Aliás, há um atrito entre o senhor Roberto Marinho e o novo governo. O presidente das Organizações Globo não teria gostado de uma declaração do ministro das Comunicações, Sérgio Motta, que questionou a hegemonia de apenas uma rede de televisão.
Mensagem passada, mais um pouco da festa:
– E, voltando ao Itamaraty, realmente o jantar teve falhas de organização. Muita gente. Aparentemente, dificuldades em servir a comida. Inclusive, eu e companheiros aqui do SBT que lá estávamos, convidados ao jantar, acabamos comendo num galeto 24 horas –aliás, muito interessante, simples.

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