São Paulo, terça-feira, 3 de janeiro de 1995
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Cidade vazia agrada os paulistanos

CAROLINA CHAGAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os paulistanos que não foram ao litoral no réveillon tiveram uma compensação.
Com uma redução de cerca 40% de veículos em circulação nas ruas, o trânsito da cidade melhorou, diminuíram os acidentes e os congestionamentos. Nos cinemas e restaurantes, as filas acabaram.
Ontem, quem tirou a manhã para fazer ginástica nas academias mais concorridas da cidade, pôde escolher entre os aparelhos das salas de musculação vazias.
"Nem parece que estamos em São Paulo", diz a estudante de administração de empresas Juliana de Andrade, 22. "Cheguei às 10h na academia e pude usar a melhor bicicleta ergométrica da sala sem ter de enfrentar fila."
Segundo o diretor de operações da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Nelson Maluf el Hage, 50, o volume de carros deve aumentar nos próximos dias.
"Mas, em janeiro, teremos uma média permanente de 20% a menos da frota ativa em circulação nos horários de pico."
Segundo Hage, nos bairros de classe média e média alta, como Jardins e Morumbi, este número pode chegar a 25%.
O comerciante Roberto de Souza, 31, que passou o Natal e o Ano Novo na cidade diz ter mudado sua rotina. Ele mora em Moema (zona sul) e trabalha na rua Oscar Freire, Jardins (zona oeste), e demora, em dias normais, pelo menos 40 minutos para estar às 10h no trabalho.
Na última semana, Souza diz ter feito o mesmo trajeto em 10 minutos. "Quem gostou foi minha mulher", conta. "Sobrou tempo para namorar e ficar mais tempo com ela na hora do café da manhã."
Os filhos da fisioterapeuta Mariangela Vilarica, 41, também lucraram com a melhora do trânsito.
"Com a diminuição dos congestionamentos, fico menos tensa e mais disposta a brincar com as crianças de manhã e a inventar programas à noite."

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