São Paulo, terça-feira, 3 de janeiro de 1995
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Os Lakers, como fênix

FÁBIO SORMANI

Ao contrário do que se podia supor, o Los Angeles Lakers está entre os times que causam furor atualmente na NBA. Tido antes de o campeonato começar como um dos prováveis ausentes dos playoffs, os Lakers estão em terceiro lugar na Divisão do Pacífico –na Conferência do Oeste–, e se o campeonato terminasse agora estariam nos playoffs, o que não aconteceu na temporada passada.
Na última rodada da NBA, por exemplo, o ex-time de Magic Johnson foi ao Arizona e bateu por 127 a 112 o poderoso Phoenix Suns de Charles Barkley, colocando um fim na série invicta dos Suns dentro de seu America West Arena, até então em 25 partidas.
Mas como aconteceu o milagre? A princípio, me parece, o responsável por essa transformação é o técnico Del Harris.
Os Lakers são praticamente o mesmo da temporada anterior, apenas com a adição de Cedric Ceballos e dos "rookies" Eddie Jones e Anthony Miller. Ok, também acho Ceballos um ótimo jogador, injustiçado no Phoenix, de onde foi despedido. Agora, dizer que Cedric é o responsável pela transformação do LA é demais.
Para mim, a chave está em Harris, vice-campeão da NBA na temporada 80/81 com o Houston Rockets (349 vitórias contra 350 derrotas, 49,9% de aproveitamento).
Se você não sabe, os Lakers melhoraram, e muito, a sua defensiva. O time está entre os três melhores em roubos de bola na NBA.
No jogo contra o Dallas Mavericks a equipe bateu o recorde da liga, nesta temporada, de indução ao erro ao adversário. Ou seja: o Dallas cometeu 11 equívocos no primeiro quarto da partida.
Em basquete, uma boa defesa é o começo de tudo. Del Harris armou uma defesa sólida e deixou os adversários menos precavidos desesperados diante da surpresa.
Além disso, o conjunto voltou a falar mais alto. Ninguém quer se destacar mais do que o outro. Todos têm o seu papel. Se o armador Nick Van Exel brilha, todos vibram; se o pivô Vlade Divac se destaca, todos aplaudem. É o "um por todos, todos por um". É a química de qualquer jogo.
O resultado disso é que os torcedores começam a voltar ao Forum de Inglewood, onde já se vê Jack Nicholson em sua privilegiada cadeira de pista, ao lado do banco de reservas do time.
Os Lakers ressurgem das cinzas como fênix, a mitológica ave do Egito Antigo, símbolo da imortalidade. LA está em festa novamente. Todos estavam saudosos.

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