São Paulo, terça-feira, 3 de janeiro de 1995
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O Corinthians quer o Vítor e a vitória

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, enquanto o Carlinhos Brown balança o chão da praça lá na temporada de verão de Salvador, a teenbolada volta a correr linda, leve e solta por aqui.
Começa domingo a Copa São Paulo, aquela do puro prazer expresso e expressinho de se ver e de se jogar futebol. Do doce deleite em ver os ainda quase dentes-de-leite do esporte máximo.
Nova geração. New faces. Novos talentos. Jovem guarda. Eu acredito é na rapaziada. Só quem esquece o seu primeiro amor poderá viver o último, dizia o manifesto futurista russo. Novidade no ar.
Fagulhas, pontas-de-agulha: a festa também se espalha pelo interior ("o Estado de São Paulo é bonito, penso em você eu", como canta Caetano Veloso). Então avisa lá que a gente vai.
Sem lenço e sem documento. Quem ousará não se lembrar dos shows do Djalminha, do Marques, do Caio, nos últimos anos? E do Mil, aquele que sumiu? O coração boleiro bate quente novamente.
E vem aí também a seleção nascente do Império do Gol Nascente. Vêm aí as juvenilidades japonesas da bola. Banzai, japonês também cai no samba, como dizia o poeta Manuel Bandeira.
E atenção rapaziada do alviverde pendão da minha terra, este é um título que o Palmeiras ainda não conquistou. Ele depende mais da formação das bases do que do dinheiro da Parmalat.
Era no futuro e nesta garotada que o Wanderley Luxemburgo estava de olho. Não conseguiu e caiu fora.
Mas o Guarani (atual campeão), o Flamengo, o São Paulo e até o Corinthians colhem resultados esplêndidos lambendo as respectivas crias paridas na Copa.
O memorando é este: viva a geração do coração de eterno flerte.

Alô, alô, seu Pelé, não cochila na posse que o cachimbo pode cair. Aliás, não falta quem esteja querendo derrubar.

O Corinthians larga na frente com o empréstimo do lateral Vítor. Ele, dono de uma saúde só comparável, na mesma posição no time alvinegro, à do Zé Maria, o super-Zé, ganha nova chance.
Há uma lenda que diz que, no boxe, mais difícil do que ganhar um título é recuperar um título. Vítor apareceu, à sombra do Cafu, como um jogador insubstituível do São Paulo que ganhava tudo.
Foi para o Real Madrid, na Espanha, dizem, ganhando US$ 40 mil por mês. Perdeu-se no dinheiro, perdeu-se no futebol. Voltou ao Morumbi e não conseguiu recuperar a posição e o jogo.
Vai para o Corinthians em um momento ótimo daquele time. Bons jogadores, técnico que se renova na casa. E mais: o alvinegro carece justamente de um bom lateral/ala, em qualquer um dos lados.
O Mário Sérgio gosta de contar com estes modernos jogadores de defesa que apóiam o ataque pelos flancos. Conseguiu, por exemplo, extrair a melhor fase do Leandro Silva, no Corinthians.
O alvinegro quer o Vítor e a vitória.

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