São Paulo, terça-feira, 3 de janeiro de 1995
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Fifa recomenda atividade paralela para juízes

DA REPORTAGEM LOCAL

A proposta de profissionalização dos árbitros de futebol em São Paulo já causa polêmica.
A Fifa (entidade que controla o futebol mundial) recomenda que os árbitros sejam semiprofissionais, isto é, que tenham alguma atividade paralela.
"Depender só das arbitragens é muito perigoso", disse o ex-árbitro Arnaldo César Coelho.
Segundo ele, isso pode favorecer os clubes grandes, que trazem mais renda e poderiam influir nos salários dos juízes.
"Se apitar clássicos puder melhorar a situação financeira de um juiz, ele pode inconscientemente beneficiar os clubes grandes contra times pequenos", disse Coelho.
A independência financeira é, segundo ele, importante para um árbitro ser imparcial. "O juiz é um ser humano e pode ser traído pelo subconsciente", disse.
Telê Santana, treinador do São Paulo, também acha que a profissionalização em si não é a solução para melhorar as arbitragens.
"Se um árbitro é venal, continuará sendo. Tudo depende do caráter de cada um", afirmou.
Telê se notabilizou nos últimos anos como crítico ferrenho da qualidade das arbitragens no Brasil.
"É preciso que haja uma cobrança quando um árbitro erra. E se repetir as falhas, que seja afastado. Isso não acontece", afirmou.
Segundo Telê, muitos olheiros da FPF encarregados de fiscalizar a atuação dos árbitros nas partidas mal conhecem as regras.
A importação de árbitros também não convence o técnico. "Os árbitros de fora não têm interesses nem sofrem pressões aqui, mas o importante é melhorar o nível dos brasileiros", disse.

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