São Paulo, terça-feira, 3 de janeiro de 1995
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Símbolos ganham novos significados

PAULO COELHO
COLUNISTA DA FOLHA

Cuidado, porque os símbolos podem se transformar em armadilhas.
O livro "Cântico para Leibowitz" passa-se num futuro distante, mil anos depois da atual civilização ter sido destruída. Seus habitantes usam antigos fios de computador enrolados no pescoço porque –diz a tradição– tais fios continham sabedoria.
Borges também fala da transformação dos símbolos: a cruz, um instrumento de tortura, virou um instrumento de fé. A flecha assassina agora indica uma direção.
Uma lenda zen conta a história de um mestre que sempre mandava amarrar seu gato, que perturbava a meditação dos discípulos. O tempo passou, o mestre morreu. O gato também morreu e trouxeram outro. Cem anos depois, alguém escreveu um respeitado tratado sobre a importância de se ter um gato amarrado durante a meditação.

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