São Paulo, terça-feira, 3 de janeiro de 1995
Texto Anterior | Índice

Klein expõe bastidores de desfiles

DANIELA ROCHA
DE NOVA YORK

Um livro, uma exposição e um filme mostram o trabalho do fotógrafo de moda William Klein, 66, até o dia 26 de fevereiro, no International Center of Photography, de Nova York.
A exposição e o livro, intitulados "In & Out of Fashion", fazem uma antologia da carreira de Klein. "Estava afastado por muitos anos do mundo da moda e, quando decidi voltar, achei que seria interessante registrar o que acontece por trás dos desfiles."
O resultado é surpreendente. Klein registrou o movimento e a tensão das modelos, antes de entrar em cena. "O backstage de um desfile chega a ser perigoso, mas é extremamente excitante. As pessoas se xingam porque um chapéu foi posto errado", disse.
Klein começou a fotografar moda para a "Vogue" americana em 1954. Ele optou por fotos de modelos nas ruas em meio a multidões. "Pedia às modelos que atravessassem uma determinada rua para fotografá-las. Durante 50 minutos elas iam de um lado para outro e eu registrava tudo. Era divertidíssimo", disse na abertura da exposição, no mês passado.
"Prêt-à-Porter"
"Visto Armani. Nós, italianos, somos ótimos", afirmou Sophia Loren, uma das estrelas que compõem o elenco de "Prêt-à-Porter", filme que retrata o universo da moda.
Para ela, a moda hoje é competitiva e democrática. "Acho que existe um enorme competição na moda. Ainda assim, acho que existem ótimos estilistas e outros muito ruins."
Sally Kellerman atua como editora da revista "Harper's Bazaar". "As revistas de moda fazem uma verdadeira guerra. A moda virou um mundo de negócios", disse.
O ator Richard E. Grant, que interpreta um "fashion designer" no filme, afirmou que não fazia idéia de como funcionava o mundo da moda.
Ele afirmou que a moda tem dois lados distintos. O primeiro é que ela faz com que as pessoas não usem um uniforme. "O outro é um lado frívolo, até ridículo. É preciso descobrir o que as pessoas escondem por trás das roupas, porque hoje o que conta é o que você veste e não o que você é."
As roupas impossíveis de vestir, segundo o ator, servem para chamar a atenção da mídia. "Os estilistas precisam mostrar verdadeiras árvores de Natal em desfiles para que a imprensa volte os olhos para eles."
(DR)

Texto Anterior: Moda vira arte nos museus de Nova York
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.