São Paulo, sexta-feira, 6 de janeiro de 1995![]() |
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Cortes de Serra geram críticas no Congresso
LUCIO VAZ
"Ele está metendo a mão num vespeiro. É bem capaz de ficar sem a mão", reagiu o líder do PTB na Câmara, Nelson Trad (MS), numa referência ao ministro do Planejamento, José Serra. O presidente da Comissão Mista de Orçamento, Humberto Souto (PFL-MG), chamou Serra de exibicionista e considerou a medida "politicamente inábil. O governo tem que ver o custo-benefício". Souto faz uma ameaça: "O governo vai precisar dos deputados para aprovar a reforma constitucional. Mas parece que está dizendo que as emendas são irresponsáveis, inúteis ou desonestas". Souto disse que a aprovação das emendas já foi comunicada às bases dos deputados: "Já comunicamos os prefeitos, tiramos fotografia juntos, anunciamos a obra. Como cortar agora?" O presidente da Comissão de Orçamento afirma que a medida representa um "exibicionismo" porque é desnecessária: "O Orçamento é autorizativo. Se não tiver receita, não precisa cumprir". As emendas ao Orçamento possibilitam a realização de obras como pontes, escolas e hospitais nas bases eleitorais dos parlamentares. Estas obras garantem as eleições de muitos deles. Trad diz que o corte nas emendas traz prejuízos eleitorais: "Nos elegemos assumindo compromissos com nossas bases. Já houve cortes nas nossas emendas. A cota que podíamos dar, nós já demos". Trad acrescenta que não será o corte das emendas dos parlamentares que vai eliminar o déficit público: "Será apenas um garroteamento dos nossos direitos". O líder do PPR na Câmara, Marcelo Romano Machado (SP), afirma que, se o governo cumprir a ameaça de cortes, "estará desprestigiando os deputados. Qualquer dia eles poderão dar o troco". Texto Anterior: FHC aposta em super-reunião com partidos Próximo Texto: Itamar e June buscam dados sobre Portugal Índice |
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