São Paulo, sexta-feira, 6 de janeiro de 1995 |
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FHC aposta em super-reunião com partidos
JOSIAS DE SOUZA
O objetivo é tentar pôr em segundo plano a fisiológica disputa pela repartição de cargos. Tenta-se envolver os partidos num debate sobre os principais projetos do governo. A estratégia passa por um superencontro marcado para os dias 26 e 27 de janeiro, em Brasília. Estão sendo convidados 398 parlamentares do PMDB, PSDB, PFL, PL, PP e PTB, os potenciais aliados do governo. Para dar solenidade ao encontro, informa-se que o presidente Fernando Henrique Cardoso, 63, estará presente. Pelo menos na abertura. Irão também o vice-presidente Marco Maciel e ministros de Estado, entre eles Pedro Malan (Fazenda) e José Serra (Planejamento). A reunião está sendo organizada de modo a evitar qualquer tipo de discussão sobre cargos, um tema abolido da pauta. O presidente e os ministros irão expor as dificuldades do governo e, em seguida, pedirão sugestões programáticas. Organizador político do encontro, o vice-presidente Marco Maciel foi incumbido de recolher os nomes de representantes dos partidos. A idéia é que integrem um comitê organizador da reunião. Só poderão participar do encontro, que terá o formato de um seminário, deputados e senadores reeleitos ou parlamentares novos, que tomarão posse a 1. fevereiro. Analisa-se a possibilidade de permitir que deputados em fim de mandato presenciem parte da reunião. Mas devem ser excluídos da fase mais importante, quando se realizarão os debates. O governo planeja privilegiar a análise de três temas: reforma tributária, reforma previdenciária e propostas ligadas à reforma econômica. São temas que dependem da aprovação dos parlamentares. FHC incumbiu Eduardo Jorge, secretário-geral da Presidência, dos detalhes de infra-estrutura do encontro. Pretende-se gravar a discussão entre ministros e parlamentares, de modo que não se perca uma única vírgula do que for dito. É mais uma forma de inibir intervenções fisiológicas, geralmente feitas longe dos microfones. Estuda-se também a possibilidade de abrir a parte inicial do encontro à imprensa. Os jornalistas acompanhariam o pronunciamento do presidente, a fala do vice e a exposição dos ministros. Em seguida, os participantes se reuniriam a portas fechadas, divididos em grupos de trabalho. O governo não levará suas propostas fechadas para o encontro. Não quer que os políticos se sintam diante de "um prato feito". Texto Anterior: Pela 2ª vez, governo não tem quórum para aprovar Arida Próximo Texto: Cortes de Serra geram críticas no Congresso Índice |
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