São Paulo, sexta-feira, 6 de janeiro de 1995
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Nacional faz pacto com 'escolinhas'

MÁRIO MOREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Como alternativa ao trabalho dos "olheiros", o Nacional –clube de pouca expressão no futebol profissional, mas com tradição nas divisões de base– estabeleceu convênios com escolinhas de futebol do interior do Estado.
O sistema só foi possível graças ao apoio financeiro da Euroexport, empresa com a qual o clube mantém há um ano um contrato de co-gestão semelhante ao do Palmeiras com a Parmalat.
A Euroexport destina recursos às escolinhas, que, em troca, mandam para o Nacional os seus jogadores de maior destaque.
Até agora, já foram feitos convênios com escolinhas de Sorocaba, São Caetano, Jandira e Santa Isabel.
A Euroexport pretende aumentar essa lista, de acordo com o coordenador de futebol amador da empresa no Nacional e técnico dos juniores do clube, Paulo Sérgio Tognasini, 31.
"O apoio da Euroexport prioriza as divisões de base. As escolinhas nos cedem jogadores desde a categoria fraldinha (a partir de oito anos)", explica ele.
Mesmo com esses convênios, o Nacional não deixa de utilizar os serviços de "olheiros" profissionais. Segundo Tognasini, o clube mantém três deles circulando permanentemente pelo interior em busca de revelações.
Os três têm suas viagens a serviço custeadas pela Euroexport. Quando levam jogadores para fazer teste no Nacional e eles são aprovados, recebem comissão.
Cada "olheiro" ganha, no mínimo, R$ 300 por jogador aprovado. O valor varia em função da qualidade técnica do garoto.
Tognasini garante que os "olheiros" não têm compromisso de exclusividade com o Nacional. "Eles são livres para indicar jogadores para outros clubes. A não ser que a viagem de observação tenha sido paga pela Euroexport."
O Nacional já ganhou duas vezes a Copa São Paulo de Futebol Júnior, em 72 e 88. No ano passado, sagrou-se campeão paulista da categoria na Série A-2 (correspondente à terceira divisão).
Para a Copa São Paulo de 95, o time conta com alguns jogadores descobertos por "olheiros", como o ponta-esquerda Terrão, 18.
Aos 13 anos, ele foi levado para a escolinha do União de Suzano por um "olheiro" que o vira jogando num campo de várzea em Itaquaquecetuba, onde morava.
Dois anos depois, o técnico do União o indicou para o Nacional. "Antes, fui chamado para fazer um teste no Corinthians. Mas, no dia, me esqueci de ir", conta Terrão.
(MMo)

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