São Paulo, sábado, 7 de janeiro de 1995 |
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Genro de FHC que fazer estatais competitivas
EMANUEL NERI
Casado com Beatriz, segunda filha de FHC, pai de quatro filhos, Zylbersztajn coordena o programa de pós-graduação em energia na Universidade de São Paulo. Diz não ter pretensão de seguir a carreira do sogro e ser político. A seguir, principais trechos da entrevista com o secretário: Folha - Qual o maior desafio que sua secretaria vai enfrentar? David Zylbersztajn - Será pegar essas empresas (energéticas) que são deficientes e torná-las competitivas. Folha - Assessores do governador afirmam que há no setor energético fortes suspeitas de superfaturamento. Já há conclusões sobre isso? Zylbersztajn - Por enquanto ainda não temos. Assim que tiver nós vamos divulgar. Folha - O que o governo Covas vai fazer para concluir as usinas que estão paralisadas? Zylbersztajn - O governo Covas conta muito com a participação da iniciativa privada para a conclusão desses investimentos. Folha - O atual programa energético de São Paulo está correto ou o sr. adotaria um programa mais alternativo? Zylbersztajn - Poderia diversificar as formas e as fontes de energia. Não ser um Estado essencialmente hidrelétrico, mas ter outras formas de energia. Folha - A opção do Estado sempre foi por grandes hidrelétricas. A solução mais racional não seriam pequenas usinas? Zylbersztajn - Independente de querer ou não, o grande acabou no Estado. A natureza esgotou sua capacidade. O pequeno e o descentralizado vão ser a saída. Folha - O sr. defende a privatização no setor energético? Zylbersztajn - Não podemos confundir privatização com capital privado. Capital privado, sim. Privatização em função das condições específicas que têm que ser levadas em consideração. Folha - O sr. é genro do presidente. Isso incomoda ou facilita sua ação na atividade pública? Zylbersztajn - Não incomoda. Facilita o conhecimento que eu tenho, e já tinha antes, dos quadros do governo federal, independente de qualquer parentesco. Folha - O sr. tem pretensões de seguir carreira política? Zylbersztajn - Eu estava na universidade e fui convidado pelo governador. Não tinha pretensão de virar secretário. Meu futuro é sair como um bom secretário. Folha - Quando o governador lhe convidou para assessorá-lo, o sr. consultou o presidente? Zylbersztajn - Não consultei. Ele nem sabia. Participei muito mais ativamente da campanha do Covas. Apenas colaborei na redação do programa de Fernando Henrique. Folha - Como será sua relação com o governo FHC? Zylbersztajn - Tenho a melhor relação com Fernando Henrique. Mas existe uma distinção clara de que se eu precisar brigar com o governo federal por causa dos interesses do Estado, não tenha dúvida que eu vou brigar. Texto Anterior: Covas apura superfaturamento em usinas Próximo Texto: Ex-secretário nega acusações Índice |
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