São Paulo, sábado, 7 de janeiro de 1995
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Pareceres recomendam pagamento de uma só vez

WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pareceres jurídicos encomendados pela Ministério da Administração Federal recomendam que o reajuste dos servidores públicos federais seja concedido de uma única vez.
O governo pretendia parcelar o reajuste em quatro parcelas, alegando falta de recursos.
Os pareceres são do próprio ministério, da Advocacia-Geral da União e do Ministério da Fazenda. O receio é o de que um possível parcelamento provoque contestações jurídicas, levando o governo a uma derrota do governo no STF (Supremo Tribunal Federal).
Isto porque, segundo os pareceres, o parcelamento feriria um direito adquirido dos servidores previsto na lei que criou o URV (8.880/94).
Esta lei fixou como critérios de reajuste a variação do IPC-r (índice oficial de inflação) mais a diferença da média salarial em 94.
Este percentual, segundo a lei, deveria ser pago sobre os salários de janeiro, que é a data-base do funcionalismo. Pelo entendimento dos pareceres jurídicos, esta forma de reajuste tornou-se direito adquirido.
Segundo técnicos, qualquer decisão sobre parcelamentos ou adiamentos deveria ter sido tomada até dezembro –alterando a lei antes que ela criasse o direito dos servidores.
Pelos cálculos do Ministério da Administração Federal, os militares e servidores que não tiveram reajustes quando da última etapa da isonomia devem receber um reajuste de 25,94%. Os demais recebem reajustes diferenciados, a partir de 22,07%, até o limite de 25,94%.
O governo estuda ainda a hipótese de adiar o reajuste para outro mês. Seria uma forma de conseguir caixa suficiente para bancar o aumento, estimado em R$ 500 milhões mensais.
Está prevista para segunda-feira uma reunião entre os ministros Bresser Pereira (Administração), Pedro Malan (Fazenda), José Serra (Planejamento) e Clóvis Carvalho (Casa Civil). Nesta reunião deve ser decidida a forma do reajuste.
O ministro da Fazenda, Pedro Malan, admitiu ontem que o reajuste de 25,94% sobre os salários de janeiro do funcionalismo público poderá ser pago em parcelas.
O ministro, porém, ressaltou, em entrevista coletiva, que o governo ainda não tem uma decisão sobre o assunto.
O problema é que o Orçamento de 1995 não prevê recursos suficientes para pagar o aumento do funcionalismo.

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