São Paulo, sábado, 7 de janeiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O engenheiro e o arquiteto na vida do brasileiro

ANDRÉ MONTEIRO DE FAZIO

A história universal é pródiga em demonstrar que, nas mais diversas épocas, os povos desenvolveram-se apoiados em princípios –cívicos, éticos, morais– e em tecnologia, sendo seu domínio o favor de desequilíbrio entre as nações.
Nesta comemoração de data da engenharia e arquitetura do Brasil, proponho uma discussão em torno da qualidade de vida de nosso povo relacionada com nosso trabalho profissional.
Será que nossos problemas de déficit habitacional, alimentação, energia, transportes, saneamento básico e meio ambiente não passam pela engenharia?
Impossível, nestes tempos de Mercosul, Nafta e tigres asiáticos, um país entrar na competição sem o preparo de seus profissionais, sem um trabalho de verdadeira reengenharia de vida.
E o começo é simples: investir em pesquisas, em ciência, seguir um caminho voltado totalmente para a competição globalizada, onde a regra básica seja qualidade, em todos os setores.
Para tanto precisamos de uma reavaliação em nossas posturas de cidadãos. Precisamos saber com detalhes o que significa racionalização, controle de desperdícios, segurança no trabalho, ecologia –tratada como qualidade de vida, não como bandeira política–, saneamento ambiental e outros tantos termos que povoam nossos jornais, televisões e rádios.
Nós, engenheiros e arquitetos, temos a noção exata do que representamos no dia-a-dia das pessoas. Sabemos que estamos nos lares, nos postos de trabalho, no cafezinho diário, nas refeições (engenharia de alimentação), no transporte. Na vida, enfim.
E temos um dever a cumprir. Tornar a cidadania brasileira digna de ser mostrada ao mundo. Como? Iniciando, por exemplo, uma parceria universidade-governo-instituições-iniciativa privada. É esta a verdadeira "pedra de toque ao sucesso".
Neste momento de profundas mudanças, do renovar de expectativas e esperanças no novo governo, que tal uma reflexão? Somos, apenas no nosso Estado, 223 mil profissionais engenheiros e arquitetos, em 25 mil empresas do setor tecnológico. Não é o momento de trocarmos idéias para a busca de um entendimento nacional que leve à conquista de novo patamar à qualidade de vida de todos nós?
Para que não tenhamos de lamentar o futuro de todos, dos filhos do Brasil.

Texto Anterior: Demais ou de mais?; Culpa da Hebe
Próximo Texto: Dois meninos de rua são mortos a facadas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.