São Paulo, sábado, 7 de janeiro de 1995 |
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Cavallo criará sistema de socorro a bancos
SÔNIA MOSSRI
Sob a coordenação do governo, um grupo de grandes bancos- Río, Crédito Argentino, Francês, Citibank- criou um fundo especial de US$ 200 milhões para ajudar instituições que não estão conseguindo saldar seus compromissos. Diante de um cenário recessivo para 95, o presidente Carlos Menem assinará decretos emergenciais, semelhantes à Medida Provisória brasileira, simplificando a legislação trabalhista. O índice de desemprego atinge 12%, de acordo com projeções oficiais do Ministério da Economia. Isso siginifica mais de 1,5 milhão de pessoas desempregadas. Num ano eleitoral, em que Menem candidata-se a um segundo mandato, esse índice já se tornou munição para a oposição. As mudanças na legislação trabalhista reduzirão o custo dos empregados para as pequenas e médias empresas. Será permitida a contratação temporária de trabalhadores (proibida atualmente). Pela Lei de Conversibilidade, de abril de 91, o Banco Central argentino está impedido de conceder empréstimos de curto prazo para instituições com dificuldades de liquidez- moeda ou papéis rapidamente conversíveis em dinheiro. Com a elevação das taxas de juros, falta de crédito no mercado e retirada de depósitos financeiros em pesos, decorrente da crise mexicana, muitos bancos enfrentam situação de insolvência (incapacidade de pagar compromissos). Oficialmente, o presidente do Banco Central, Roque Fernández, prefere dizer que não há o risco de falência de instituições financeiras. Nos últimos quinze dias, o Banco Central interveio em duas instituições (Extrader e Finmark) que estão insolventes. Fernández tem tido reuniões diárias com representantes dos grandes bancos para definir o mecanismo de ajuda a instituições. Além de bancos privados, o Banco de La Nacion (estatal) também deverá participar do esquema especial de socorro. Preocupado com a crise de liquidez no sistema bancária e a fuga de investimentos estrangeiros, Cavallo viaja na próxima-terça feira para Nova Iorque. Agora, mais do que a política cambial, Cavallo precisa conquistar o apoio da comunidade financeira internacional para contornar a crise do sistema bancário e deter a saída dos investidores estrangeiros dos papéis argentinos. Antes de encontrar-se com banqueiros internacionais, o ministro da Economia reúne-se na segunda-feira com dirigentes das associações empresariais. Texto Anterior: FMI negocia ajuda de US$ 2,5 bi ao México Próximo Texto: Desemprego nos EUA é o menor desde 1990 Índice |
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