São Paulo, sábado, 7 de janeiro de 1995 |
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Preços ficam estáveis nos supermercados
MAURO ZAFALON
O aumento médio na comparação de preços coletados em 28 de dezembro com os apurados em 4 de janeiro é de 0,17%, mesma taxa registrada na semana imediatamente anterior. Nos hipermercados, houve redução média de 1,08% no período, contra alta de 0,43% na semana anterior. Os dados são do Datafolha, que pesquisa 96 itens em 18 supermercados e 18 hipermercados de São Paulo. Os produtos componentes da cesta básica, principalmente alimentos, continuam registrando queda. Segundo o Datafolha, os alimentos básicos recuaram 1% em média na semana, enquanto o custo da cesta pesquisada pelo Procon/Dieese mostrou queda de 2,46%. Os donos de redes de supermercados e as indústrias começam o ano em pé de guerra. As indústrias alegam aumento de custos de matérias-primas e querem repasses de preços. Os supermercados afirmam que a retirada de impostos, como o IPMF (Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira), e a queda de preços dos combustíveis diminuem os custos industriais e, portanto, resistem em aceitar estes aumentos. A briga, no entanto, é por poucos itens. Os próprios donos de supermercados admitem que as maiores fornecedoras estão reajustando apenas alguns itens, enquanto a maioria dos produtos fornecidos continua com preços inalterados. A resistência dos lojistas visa impedir que a indústria retorne ao velho hábito dos aumentos contínuos, afirmou Firmino Rodrigues Alves, presidente em exercício da Associação Paulista de Supermercados (Apas). O presidente em exercício da Apas prevê que a reposição de preços será difícil, tanto das indústrias para os supermercados quanto destes para os consumidores. As vendas caíram drasticamente em janeiro, afirmou. "Neste ritmo, vamos fechar o mês com queda de 5% sobre o resultado de novembro." Carnes A pesquisa do Datafolha mostra que os preços dos produtos básicos estão despencando. Alguns tipos de carne bovina de segunda chegaram a recuar 14,6% na semana. A carne de frango teve queda de 2% e a suína, 2,6%. Em média, os paulistanos estão pagando 3,42% menos pelas carnes. A queda no varejo acompanha a redução de preços no pasto, onde a arroba de boi recuou de R$ 36 para R$ 26 em um mês. A desaceleração dos preços da carne está refletindo também sobre os seus derivados. Salame, hambúrguer, presunto e mortadela ficaram mais baratos na semana. A pesquisa registrou, no entanto, alguns reajustes de preços entre os alimentos industrializados, como palmito (7%) e molho de tomate (6%). Artigos de higiene e de limpeza também começam a subir. Os destaques ficaram para papel higiênico (2,4%), creme de barbear (2,7%) e sabão em pedra (3%). Texto Anterior: Boataria volta a derrubar as Bolsas Próximo Texto: Ministério pode ter errado o resultado do saldo comercial Índice |
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