São Paulo, sábado, 7 de janeiro de 1995
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Boataria volta a derrubar as Bolsas

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

As Bolsas de Valores foram agitadas ontem por boatos. O mercado acionário sofre com a falta de novos investidores com perspectiva de longo prazo. Os rumores foram combustível para a especulação de compra e venda de ações no mesmo pregão.
O resultado dos boatos foi a queda nos indicadores de preços das Bolsas.
O índice da Bolsa de Valores de São Paulo despencou 5,1% e o índice Senn (Rio) fechou com baixa de 1,3%. O índice Bovespa futuro teve queda de 7,4%.
Os boatos concentraram-se no período da tarde. Houve comentários de que uma corretora estaria em dificuldades na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros). A direção da BM&F nega.
Os operadores fizeram circular rumores também de que na Argentina teria ocorrido pedido de demissão de ministros, desvalorização cambial e quebra de instituições. Os boatos não se confirmaram.
As ações que lideraram as baixas na Bolsa paulista foram Banespa PN, que caíram 20%. O balanço do Banespa deverá ser revisto depois do saneamento das contas, segundo os técnicos do Banco Central que realizam a intervenção no banco estadual. Isso provocou uma revisão pelos analistas nas projeções de rentabilidade baseadas em lucros "fictícios".
No mercado cambial, o Banco Central não atuou ontem. O saldo do mercado cambial está negativo em US$ 484,049 milhões neste mês até o último dia 5.
A saída financeira está superando a entrada em US$ 442,1 milhões. O saldo acumulado de compras e vendas financeiras de câmbio está sendo influenciado pelas remessas de dinheiro para o exterior de recursos de operações de "box" (financiamento tendo como lastro ações) ocorridas no último dia 2.
As importações estão superando as exportações em US$ 41,94 milhões. Apesar do saldo cambial negativo este mês, a cotação do dólar está caindo, uma vez que alguns bancos decidiram se desfazer da carteira da moeda norte-americana.
No mercado de renda fixa, o Banco Central elevou a taxa média do over de 4,58% no dia anterior para 4,60% ao mês ontem.
Com isso, os juros dos Certificados de Depósito Bancário subiram em relação à equivalência com o dia anterior. No mercado futuro de juros (DI), a projeção de rentabilidade para este mês subiu de 3,38% no dia anterior para 3,44% ontem.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, ontem, em média, 0,112%. A taxa média do over foi de 4,60% ao mês, projetando rentabilidade de 3,43% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 4,74% ao mês, projetando rendimento de 3,53% no mês.

CDB e caderneta
As cadernetas que vencem hoje rendem 3,0596%. CDBs prefixados negociados ontem: entre 24% e 46% ao ano para 31 dias. CDBs pós-fixados de 151 dias: entre 14% e 20% ao ano mais a variação da Taxa Referencial.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 5,91% ao mês. Para 31 dias (capital de giro): entre 60% e 75% ao ano.

No exterior
Prime rate: 8,50% ao ano. Libor: 6,88% ao ano.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 5,1%, fechando com 38.273 pontos e volume financeiro de R$ 278,13 milhões. Rio: queda de 1,3% (I-Senn), fechando com 18.126 pontos e volume financeiro de R$ 100,59 milhões.

Bolsas no exterior
Londres: o índice Financial Times fechou a 2.358,10 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou a 19.519,46 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,841 (compra) e R$ 0,842 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a R$ 0,842 (compra) e R$ 0,844 (venda). "Black": R$ 0,850 (compra) e R$ 0,860 (venda). "Black" cabo: R$ 0,845 (compra) e R$ 0,850 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,830 (compra) e R$ 0,860 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: queda de 0,68%, fechando a R$ 10,19 o grama na BM&F.

No exterior
Em Nova York, a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 371,20, contra US$ 375,40 no dia anterior.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para janeiro fechou em 3,44% e para fevereiro a 3,30% no mês.
No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para fevereiro ficou em 38.700 pontos.
No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para janeiro fechou a R$ 0,862 e para fevereiro a R$ 0,881.

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