São Paulo, sábado, 7 de janeiro de 1995 |
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Seleção feminina evita a tática do tetra
RODRIGO BERTOLOTTO
As jogadoras brasileiras disputam a partir de amanhã na cidade mineira o Campeonato Sul-Americano, valendo uma vaga para o Mundial da Suécia, em junho. "A única referência do público é o futebol masculino", disse a atacante Roseli, que não se importa com as comparações. Nos treinos, gritos de "vai Romário" foram direcionados à atacante. Na verdade, as semelhanças são poucas e as diferenças, muitas, como o esquema tático, mais ofensivo que o armado por Carlos Alberto Parreira no ano passado. Com três jogadoras no meio-de-campo e três no ataque, a seleção feminina preserva o antigo modo de jogar no Brasil. Duas das semelhanças entre as seleções estão relacionadas às idades. Como no time de Parreira, a seleção feminina tem alta média de idade (27 anos) e a diferença de idade entre atletas. O goleiro reserva Gilmar, 39, era o mais velho do selecionado nos EUA. A goleira titular Meg, 39, é a veterana do time feminino. Se a seleção masculina tinha Ronaldo, de 17 anos, a feminina apresenta a atacante Pretinha, 19. A equipe feminina, como a tetracampeã, tem a mesma base das competições passadas. A seleção de 95 conta praticamente com as mesmas atletas que disputaram o Mundial de 91, na China. Apenas quatro entraram no time titular. A maior renovação aconteceu no ataque com a entrada de Pretinha e Michael Jackson (Mariléia dos Santos). As duas outras novidades são a lateral Marisa e a meia-campista Sissi. Há mais diferenças além do futebol ofensivo das mulheres. Ao contrário dos homens, as mulheres jogam no Brasil –menos a atacante Duda, que disputa o Campeonato Italiano pelo Verona. O desempenho físico das mulheres no campo é pior que dos homens. "Em média, as atletas tem o tórax e coração menor que os homens, o que cria uma menor resistência e velocidade", afirma o preparador físico da seleção feminina, Ricardo Pereira Rosa. "Outra diferença é a taxa de gordura. A mulher tem 10% a mais de gordura na massa corpórea", diz. Segundo Rosa, um homem possui 40% de seu peso em músculo –na mulher, a massa muscular representa, em média, 35% do total. Com isso, a mulher tem que carregar um peso a mais em gordura auxiliada por músculos de menor tamanho. Texto Anterior: Promessa palmeirense fica no banco amanhã Próximo Texto: Técnico diz que temeu preconceito Índice |
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