São Paulo, sábado, 7 de janeiro de 1995
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Teenbolada já é pesquisa de mercado

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, o negócio é ficar todo mundo como o mestre Hitchcock (já que são cem anos de cinema): com o olhar indiscreto, de olho nas novidades da Copa São Paulo.
O "turnover", a rotatividade, aumentou muito no futebol hoje em dia. Antigamente, com ligeiras variações, um time jogava por duas ou três temporadas.
Todo mundo sabia a escalação de cor (qualquer dia, dou a do Barretos em sua fase dourada). Agora, os contratos são de seis meses. E há muito "pé-de-obra" qualificado sendo exportado.
Portanto, o país precisa de estoque de jogadores. E de jogadores de futuro, talentosos. Se a Copa São Paulo sempre foi uma fonte de prazer, agora ela virou pesquisa de mercado. Obrigatória.
Chegou a hora do verdadeiro rá-rá-rá. Para balançar o chão da praça. Para a festa do interior. Salve a teenbolada-ê-ê-ê.

Atenção senhores repórteres, cuidado. Sérgio Bernardino, o Chulapa, está de volta. Como técnico do União São João.

É absurdo que um canal de televisão imponha mais quatro clubes à Copa do Brasil, um torneio absolutamente desnecessário. Com 32 times já era um exagero. Com 36, vira calamidade.
É mais um torneio para não ter público e não ter prestígio, além de onerar o calendário de jogos durante a temporada.

Pelé modificar a degenerescência do bingo é bingo.

Não sei não, mas do jeito que anda a vida do Romário aqui pelo Brasil...
Pergunto-me se o melhor para a carreira dele não é ficar jogando lá mesmo pela Europa, longe de tanta coisa que está a atrapalhar a sua concentração no futebol, nesta fase pós-Copa do Mundo.
Como o melhor jogador do mundo, seu passe era para estar sendo negociado na casa dos dois dígitos de milhões de dólares. O Flamengo está oferecendo US$ 4 milhões. O "risco Romário" está embutido na desvalorização do passe.
Ah! Romário... Mire-se no exemplo do desperdício que foi o final da carreira do extraordinário Maradona.

Como a temporada não parou na Europa, amanhã tem jogão no Campeonato Italiano, para ser devorado junto com a bela pasta que o domingo merece.
Parma e Juve. Ao pesto.

Esta coluna (que não tem nada a ver com os problemas de coluna do novo poder em Brasília) insiste nas afinidades eletivas entre o esporte e a música. A última descoberta foi esta:
O soulman Ray Charles chama-se Ray Charles Robinson. Tentou a carreira como Ray Robinson. Mudou de nome para não ser confundido com o maravilhoso boxer Sugar Ray Robinson. Knock out.

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