São Paulo, sábado, 7 de janeiro de 1995
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Verdade?

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

Michael Schumacher corre pela McLaren já nesta temporada. O boato, mais uma vez, surge nos bastidores da F-1 na Europa. Dá para acreditar? E por que não?
O alemão, dizem, está cobrando da Benetton a fortuna de US$ 25 milhões para correr pelo time em 1995. É muito dinheiro, ainda mais para quem, com certeza, deixará o time no final do ano.
O atual campeão mundial estará na McLaren a partir de 96, disso ninguém duvida. Mas o silêncio da equipe de Ron Dennis denuncia que algo há.
O time vermelho e branco perdeu David Coulthard e não se pronunciou. Nigel Mansell foi "colocado" na equipe e não houve comentários –o mesmo aconteceu com a Benetton e a negativa saiu no ato.
Na F-1, como em outro ramo qualquer, quando as especulações não incomodam e porque elas têm serventia, leia-se, dispersam a atenção de outros fatos. E um desses fatos pode ser a contratação de Schumacher.
A Mercedes e a McLaren podem não ter tempo de produzir um bólido à altura da Williams e Benetton, por enquanto, as favoritas em 95. Mas têm dinheiro e ambição de sobra.
E deve ser levado em conta que o regulamento está obrigando mudanças radicais nos carros, a começar pelo motor de 3 litros. O que pode, esta é a esperança, causar maior equilíbrio na categoria.
A ida imediata de Schumacher para a McLaren causaria uma verdadeira revolução na "geopolítica" da F-1. A Benetton teria que rever a possibilidade Mansell, que, afinal, sai pela metade do preço de um Schumacher e agrada muito a Renault.
A troca teria, com certeza, reflexos nas outras equipes, patrocinadores e pilotos. Não dá para ignorar o fato de apenas duas pessoas estariam recebendo quase US$ 40 milhões.
Para o torcedor, porém, seria uma boa notícia. Schumacher teria que pilotar um carro, em tese, inferior e seria obrigado a levar em conta os outros competidores. O que quase nunca aconteceu no ano anterior.
Além da Williams, com Damon Hill e David Coulthard, e a Benetton, com Johnny Herbert e Mansell, a disputa seria maior ainda com as emergentes Sauber, de Heinz-Harald Frentzen, e Jordan, de Rubens Barrichello –sem falar na Ferrari que precisa se acertar este ano.
Mas tudo isso é muito bom para ser verdade.

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