São Paulo, sábado, 7 de janeiro de 1995
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Colaboradores solucionam problemas do aparelho

DA REDAÇÃO

As cartas fundamentais da correspondência dos Lumière têm como destinatários o engenheiro Jules Carpentier e Victor Planchon. Eles eram responsáveis, respectivamente, pela fabricação do aparelho e dos filmes.
Fabricação, vírgula. Tratava-se de desenvolver as coisas. Daí o caráter de romance epistolar que a correspondência ganha meses antes da primeira exibição pública do cinematógrafo.
Discutem-se coisas como espessura de negativos e qualidade da madeira usada na caixa do cinematógrafo. Seriam discussões enfadonhas –interesse histórico à parte–, não fosse o "timing" de filme de suspense.
Era preciso colocar a engenhoca no ponto, despistar os concorrentes (Edison à frente), manter a evolução em segredo.
A roupagem cavalheiresca das cartas não deixa dúvidas, porém, sobre o essencial: os Lumière sabiam muito bem a preciosidade –em termos de cifrões– que tinham em mãos.
Não tinham tanta clareza (ou não se preocupavam) quanto ao valor ou interesse de seus desdobramentos. Eram cientistas, mais do que comerciantes ou criadores. Não é de estranhar que tenham criado o cinema, arte objetiva por excelência.

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