São Paulo, domingo, 8 de janeiro de 1995
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Murilo tenta passar de saco de pancadas a vilão maquiavélico

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

Petrônio Gontijo, 26, tem passado maus bocados na pele de Murilo Henrique na novela das 20h da Rede Globo, "Pátria Minha".
Na medida em que as tramóias do aprendiz de vilão foram sendo descobertas, ele virou o principal saco de pancadas da trama.
Após ser socado por Pedro (José Mayer) e Rodrigo (Fabio Assunção), a humilhação culminou com Alice (Claudia Abreu) apontando-lhe uma arma, ao descobrir sua participação no episódio da falsificação de uma carta que causou sua separação de Rodrigo.
O inferno astral contaminou o dia-a-dia de Gontijo. Há duas semanas, quando sacava dinheiro em um caixa automático, uma mulher o agarrou pela gola e gritou: "Se você não der uma surra naquela sua mãe, eu é que vou bater em você".
A mãe, no caso, é a malvada Loreta Vilela (Marieta Severo), sobrinha do vilão número um da novela, o empresário Raul Pelegrini (Tarcísio Meira) e musa inspiradora de Murilo.
"Que absurdo, né? Mas o que eu ia fazer? Na hora que a velhinha me agarrou, fiquei perplexo. Mas depois ri muito", lembra.
O ator diz desconhecer o destino final de Murilo, mas acha que entrará "num caminho sem volta", abandonando sua irracionalidade: "Ele vai começar a usar a cabeça para causar o mal", conta.
A virada já começa a render dividendos. Nos capítulos que vão ao ar esta semana, ele chantageia Lídia (Vera Fischer) obrigando-a a dividir com ele o dinheiro que roubou de Raul.
Completa a maldade exigindo uma noite de amor com a fogosa dama na cama do tio.
Segundo Gontijo, entre os aspectos atraentes das novelas estão as surpresas e mudanças constantes no rumo dos personagens. "É instigante não saber o que vai acontecer. No diálogo com o autor e o diretor, o personagem vai tomando forma", diz.
Outra característica da TV que o agrada é que esta propicia resposta imediata do público ao seu trabalho.
Mas o teatro também é uma paixão de Gontijo. Enquanto aguarda o fim da novela, ele já tem planos para voltar aos palcos.
Em abril, deverá estrear em São Paulo a peça "Zucco", do autor francês Bernard Koltez, com direção de Beatriz Azevedo.
Será mais um desafio na carreira do ator, que interpretará, em 15 esquetes, várias situações da vida de um psicopata.

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