São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 1995 |
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Itamar revê decisão de ir para Portugal
EVANDRO EBOLI
A hipótese de recusar o convite de FHC passou a ser considerada após o encontro do último sábado com o "grupo de Juiz de Fora". Os amigos, agora, mudam o tom quando se referem ao assunto. "Está tudo indefinido", disse o ex-ministro Henrique Hargreaves após deixar a casa do ex-presidente. Antes do almoço, ele havia dito que Itamar aceitaria o cargo. Até o mais entusiasta com a indicação de Itamar –o ex-embaixador José Aparecido de Oliveira– fala com cautela. Itamar está com receio de ficar isolado em Lisboa e ver a popularidade que alcançou no final de seu governo se esvair. Não é por acaso que até hoje ele evitou declarar publicamente que assumiria o posto, ainda que essa versão fosse dada como oficial. O ex-presidente teme também que, se aceitar, tenha que ficar acuado caso integrantes do atual governo façam insinuações contra algum ato de sua gestão. Como embaixador, ele estaria duplamente subordinado –ao Ministério das Relações Exteriores e à Presidência da República– e se acharia impossibilitado de reagir a eventuais críticas. A chance de azedar as relações entre integrantes dos dois governos já existe. Logo na posse de FHC houve motivos de descontentamento do ex-presidente. Ele não gostou da declaração do novo ministro da Educação, Paulo Renato Souza, que anunciou em sua posse o fim dos Caics, construídos no mandato do ex-presidente. Considerou o momento inoportuno para anunciar a decisão. "Ainda há muito tempo para Itamar decidir sobre isso", disse o deputado federal Raul Belém (PP-MG), amigo do ex-presidente Texto Anterior: Ministros dependem de Carvalho para nomear Próximo Texto: Foto oficial dispensa casaca Índice |
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