São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 1995
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Febem decide manter servidor do Baneser

VITOR AGOSTINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O novo presidente da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor) de São Paulo, Décio Moreira, 65, tomou posse ontem e disse que não pretende demitir nenhum dos 3.500 funcionários contratados junto ao Baneser para prestar serviços à instituição.
Ao todo, 6.500 pessoas trabalham na Febem. Moreira afirmou aos chefes de departamento que eles deveriam tranquilizar seus subordinados.
Na última quarta-feira, 4, o governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), anunciou o rompimento dos contratos de 10 mil empregados do Baneser que trabalham para órgãos do Estado.
O Baneser é uma subsidiária do Banespa, que desde 1987 virou agência de contratação de mão-de-obra pelo Estado, sem concurso público.
Segundo a equipe de Covas, existem 13.387 funcionários contratados pela estatal nos órgãos do governo - outros 5.000 estariam no próprio Banespa.
Ainda de acordo com o governador, a intenção é desenvolver esses prestadores de serviços ao Baneser para depois demiti-los.
Décio Moreira disse que já havia conversado com Covas e que ele está convencido da importância do trabalho da Febem e, em razão disso, não irá cortar ninguém pelo simples fato de ser contratado pelo Baneser.
O advogado Moreira, que em junho de 1992 ocupava o cargo de assessor técnico do Instituto de Pesca da Secretaria da Agricultura, disse não saber o valor da folha de pagamento da fundação.
O novo presidente pretende se reunir com os chefes de departamento da instituição ainda esta semana para "tomar pé da situação da instituição".
Atualmente, a fundação é responsável por cerca de 7.000 crianças e adolescentes carentes, sendo, de acordo com o último relatório de dezembro, 2.041 infratores.
Moreira prometeu retirar das ruas de São Paulo, nos próximos meses, as cerca de 1.000 crianças e adolescentes abandonadas.
Sobre como cumprir a promessa, o advogado disse: "É fácil, é fácil, não é passe de mágica, mas haverá maior proteção às crianças que moram na rua. Queremos fazer projetos que incluam a iniciativa privada."

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