São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 1995
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Delegado pede prisão preventiva de seis

SILVIA QUEVEDO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

O delegado Selmiro Rauber, 36, pede hoje a prisão preventiva dos seis envolvidos no crime ocorrido na última sexta-feira em Águas de Chapecó, a 630 km a oeste de Florianópolis (SC).
Juraci Beutler, 22, é acusado de mandar matar a família para ficar com a propriedade e outros bens. Segundo a polícia, os seis envolvidos confessaram o crime. Segundo Rauber, "é provável" que eles sejam acusados por crime hediondo, cuja pena varia de 12 a 30 anos de prisão.
Eles haviam sido detidos com pedido de prisão provisória. Com a prisão preventiva, vão aguardar o julgamento também na prisão.
Estão presos na cadeia pública de São Carlos, na cidade vizinha, o acusado de mandante do crime, Juraci Beutler, 22, e os de executores, João Soares Leal, 21, Pedro Lucas, 21, e Valdair de Brito, 19. Segundo o delegado, os três confessaram que receberiam R$ 8.000 de Juraci para executar o crime.
Estão ainda presos no mesmo local, Lenoir Pegoraro, 36, dono do revólver calibre 38 usado no crime, e Iraci Fávero, 29, namorada de Leal, que confessou ter servido de motorista aos criminosos.
Segundo a polícia, Juraci confessou ter planejado a morte dos pais e irmãos para ficar com a propriedade da família (uma área de 24 hectares), a casa, algumas cabeças de gado e um carro.
Morreram na chacina a mãe de Juraci, Elza Beutler, 45, e os irmãos Gilmar, 23, e Geneci, 19. Gilmar, o primeiro a ser morto, foi degolado com golpes de faca. Elza e Geneci levaram um tiro no peito.
Normandio Beutler, pai de Juraci, fugiu por uma janela. Juraci, que ouvia tudo do banheiro, seguiu o pai e escondeu-se com ele em um matagal próximo.
O delegado de São Carlos, César Augusto Silveira, 36, disse que todos foram colocados em celas separadas. "Não houve tentativa de linchamento, mas a guarda foi reforçada por questão de segurança", afirmou Silveira.
A Agência Folha não conseguiu falar ontem com os acusados. Segundo o delegado, seria impossível falar com eles por telefone devido "ao excesso de trabalho na delegacia".
Silveira disse que Juraci se mantém o tempo todo "quieto e apático" na cela que divide com outro preso.

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