São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 1995 |
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Dependência se consolida em menos de um mês
ALEXANDRE SECCO; GILBERTO DIMENSTEIN
Segundo a pesquisa, "a mentira passa a fazer parte do discurso do usuário, que, associada à desconfiança, pode gerar agressividade e até violência". Sobre a degradação física, o estudo diz: "O usuário começa a perder peso logo no início do consumo, passando a não cuidar mais de seu corpo, deixando de lado os princípios básicos de higiene". A dependência física se instala em menos de um mês. Ao fim desse período muitos usuários têm necessidade de roubar ou se prostituir para sustentar o vício. Ainda segundo a pesquisa, a compulsão para o uso da droga "parece ser mais forte que a desenvolvida pelo uso da cocaína nas outras formas de consumo (aspirada e injetável)". O estudo apontou que os consumidores preferenciais são jovens com menos de 20 anos, predominantemente de classe baixa. Uma das razões que podem explicar o avanço do consumo de crack é a forma "sedutora" como a droga se apresenta –o crack só pode ser consumido por inalação, dispensa o uso de seringas, que para muitos constitue uma violação ao próprio corpo. O terceiro levantamento sobre o uso de drogas entre meninos e meninas de rua em cinco capitais brasileiras, realizado em 93, mostrou que, em São Paulo, 35,5% dos entrevistados consumiram crack alguma vez. O estudo é do Centro Brasileiro de informações sobre Drogas Psicotrópicas. (Alexandre Secco e Gilberto Dimenstein) Texto Anterior: Em SP, 35% dos meninos de rua já usam crack Próximo Texto: Secretário defende hospital comunitário Índice |
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