São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 1995 |
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"Eles querem nos aniquilar"
DA "REUTER" Um ataque de mísseis russos traumatizou o motorista Selman Sultanov, 57, de forma que a lembrança do bombardeio se parece com um pesadelo."Era 3 de janeiro e meu filho foi até o mato pegar madeira quando aviões russos se aproximaram e uma bomba caiu." "Minha mulher entrou em pânico. Ela correu atrás dele, minhas três filhas a seguiram e eu fui atrás gritando para que voltassem. Então os aviões voltaram e mísseis começaram a cair." O ataque matou a mulher de Selman e a filha Asia. Outra menina, Asiet, 21, foi ferida gravemente na cabeça e Khadijat, 15, perdeu a perna esquerda. Selman perdeu os dedos do pé esquerdo e metade do direito. Só o filho escapou ileso ao se escondeu embaixo de troncos de madeira. "Seria melhor se os russos tivessem matado a todos nós de uma vez", diz Selman. Eles moravam na vila de Architi, na fronteira entre a Tchetchênia e a Inguchétia. Com 120 casas e nenhuma importância estratégica, a vila parece um alvo estranho. "Eu acho que eles querem nos aniquilar por causa de nossa religião", disse a irmã de Selman, Rosa, ela mesmo uma refugiada da cidade de Grozni. "Como muçulmanos não somos bêbados, respeitamos nossos idosos e os russos não gostam disso." Separados da Tchetchênia, os inguchétios não proclamaram sua independência. Ainda assim, o fato de serem muçulmanos os torna suspeitos aos olhos de Moscou. Archti fica em Sunja, distrito fronteiriço disputada pelas regiões. Texto Anterior: Tchetchenos resistem a ataque ao palácio Próximo Texto: Índia evacua 3 mil por fogo em poço de gás Índice |
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