São Paulo, quarta-feira, 11 de janeiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FHC já interfere em eleição na Câmara

LUCIO VAZ; DANIEL BRAMATI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso começou a interferir na disputa pela presidência da Câmara para garantir a eleição de Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA).
FHC mandou a cúpula do PSDB se entender com o PMDB e fechar um acordo para viabilizar a eleição de Luís Eduardo. A distribuição dos cargos no Congresso dependerá desse acordo.
O pedido foi feito em café da manhã oferecido no Palácio da Alvorada, com a presença do presidente nacional do PSDB, Pimenta da Veiga, do governador Tasso Jereissati (CE), do ministro José Serra (Planejamento) e do líder do partido na Câmara, Artur da Távola (RJ), eleito senador.
FHC argumentou que não tem sentido os partidos que o apóiam brigarem por espaço no Legislativo. Tasso fazia questão de lembrar o acordo de campanha: "O PSDB tem um compromisso com Luís Eduardo, e a base governista deve se manter unida na eleição da Câmara", disse ao sair de uma audiência no Ministério da Fazenda.
Távola disse que há espaço para todos. Além da Presidência da Câmara, estão em disputa cargos como a Presidência do Senado, as vice-presidências das duas Casas e a liderança do governo.
Segundo o tucano carioca, mesmo a liderança do governo, um cargo da confiança do presidente, pode ser preenchida em função da harmonização da base governista.
"Ele (FHC) não vai colocar o cargo em negociação, mas não vai escolher à revelia disso. Ele vai escolher o líder em função desta harmonização. Pode ser do PMDB se isso harmoniza. Pode ser do PFL se isso harmoniza", afirmou o líder do PSDB.
Perguntado se o PMDB não estaria decidido a lançar candidato próprio à Presidência da Câmara, Távola respondeu: "Não o PMDB, mas alguns de seus quadros. Esta não é a posição do Luiz Henrique (presidente nacional do PMDB).
Na primeira parte da reunião, a cúpula do PSDB debateu a necessidade de o partido crescer independentemente da sua presença no governo. "O partido precisa se estruturar. Crescer sem inchar, crescer sem se intoxicar do Poder", afirmou Távola.

Texto Anterior: Justiça suspende licitação da Câmara
Próximo Texto: Secretaria mascara troca de cargo por apoio
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.